A Guiné-Bissau apoia qualquer decisão tomada na Cimeira extraordinária dos Chefes de Estado da Comunidade Económica do Estados da África Ocidental (CEDEAO), que decorre hoje, dia 10, em Abuja, sobre o golpe de Estado no Níger.
Esta afirmação foi feita pelo Presidente da República, no Aeroporto Internacional Osvaldo Vieira, antes de deixar o país ontem, com destino a Nigéria.
Umaro Sissoco Embaló revelou que nessa sessão vão validar as recomendações dos chefes de Estados-maiores das forças armadas da comunidade.
“Cá, internamente, reuni com o chefe de Estado-Maior do Exército e serviço de contrainteligência, com o objetivo de inteirar das questões que foram debatidas e quais as conclusões que chegaram, para poder estar munido de elementos”, asseverou.
Sissoco Embaló disse que a CEDEAO tem duas opções na mesa sobre o golpe no Níger: solução diplomática e intervenção militar. “Qualquer uma dessas que vier a ser adotada, a Guiné-Bissau terá que apoiar”, afirmou.
O Presidente da República assegurou, por outro lado, que em caso da intervenção militar terá que convocar a reunião do Conselho de Defesa Nacional para decidir. Quanto a essa matéria não é necessário passar o assunto para Assembleia Nacional Popular, porque não é o país que vai declarar a guerra.
Na opinião do Primeiro Magistrado da Nação, todo mundo deve estar mobilizado contra golpes de Estado, e não se pode permitir que um grupo de pessoas continuar a manter o Estado como refém.
“Papel de um militar não é aceder ao poder, e se estão interessados ao poder devem abandonar a farda e fazer política. Quem queira chegar ao poder, deve fazê-lo por via democrática e não pela subversão à ordem constitucional. Portanto, temos que acabar com golpes definitivamente no século XXI”, replicou.
Sissoco Embaló confirma que até neste momento Mohamed Bazoum é o Presidente da República do Níger e, também, o único interlocutor legal para toda a comunidade internacional, porque foi sufragado na urna por maioria do povo nigerino.
Embaló acredita que ainda é possível ultrapassar a situação no Níger, através do diálogo, tendo assegurado que lugar de um militar é no quartel.
Confessou que a situação que a CEDEAO está atravessar é bastante preocupante e lamentável, lembrando que dantes era organização mais confiável a nível continental, mas atualmente essa credibilidade está em risco.
“Entretanto, a reunião de quinta-feira, será muito decisivo para a reafirmação da CEDEAO”, concluiu o Chefe de Estado.
Alfredo Saminanco