Com uma degradação acentuada de muitas estradas do país, o Governo, através do Ministério das Obras Públicas, Construções e Urbanismo, tomou diligências, mediante uma mobilização de recursos internos e com apoio dos parceiros internacionais, para reabilitar a rede rodoviária nacional.
Nesse quadro e no âmbito de um financiamento complementar do BOAD (Banco Oeste Africano de Desenvolvimento), na ordem de três bilhões de francos CFA, a empresa ARESKY está a proceder, desde 5 de maio corrente, à manutenção profunda da estrada Buba-Bambadinca, numa distância de cerca de 102 quilómetros, construída entre 1991 e 1993.
Com efeito, Fidélis Forbs à testa de uma delegação técnica do seu pelouro, visitou, na segunda-feira, dia 16 de maio, às obras daquele troço para acompanhar de perto a evolução dos trabalhos.
No terreno, Fidélis Forbs disse aos jornalistas que estão a ser criadas as condições para fazer a escarificação e uma construção nova naquele troço, isto tendo em conta que existem zonas muito degradadas. Os trabalhos iniciaram-se com uma limpeza das bermas para que os utentes da via possam ter uma ampla visibilidade da plataforma da estrada.
No plano do Ministério das Obras Públicas, antes da intensificação das chuvas, vai-se também reabilitar, na Região de Quínara, o troço que liga Buba-Fulacunda-Nova Cintra, considerado pelo ministro Fidélis Forbes, de muito estratégico.
O governante acrescentou que o troço Enxude-Nova Cintra já tinha sido feito e agora através da sua magistratura de influência, o Presidente da República está a diligenciar junto do Governo do Senegal, no sentido de conseguir uma jangada que possa fazer a ligação Bissau-Enxude, para facilitar o desencravamento da zona sul do país em termos de circulação de pessoas e bens.
Fidélis Forbes informou a imprensa que o seu pelouro não está apenas a intervir no troço Buba-Bambadinca, como também vai começar, nos próximos dias, a reabilitação da estrada Safim-Jugudul, que está em piores condições. Também na zona norte do país, está-se a reabilitar a estrada, em terra-batida, que liga Ingoré-Bigene-Farim.
“Temos um programa a nível de Bissau, onde estamos a melhorar alguns troços, nomeadamente nos bairros Quelele, Belém, Reno, Sintra, Cupelum, Calequir-Rossio, etc. Portanto, estamos a realizar um trabalho a nível do território nacional, sob forte orientação do Presidente da República, General Umaro Sissoco Embaló”, esclareceu o titular da pasta das Obras Públicas.
O ministro Forbes lembrou que, além da manutenção profunda que a sua instituição está a realizar, também o Governo tem vários projetos acordados com os parceiros tradicionais, nomeadamente dois projetos com o BAD (Banco Africano de Desenvolvimento): o projeto Boké-Quêbo, um projeto conjunto com o Governo do Senegal, concretamente sobre a construção da ponte na travessia de Farim, o troço Farim-Dugal e cinco quilómetros de estrada na cidade de Farim.
Com o BADEA (Banco Árabe para o Desenvolvimento Económico da África) o Governo tem dois projetos, sendo um sobre a segunda cintura de Bissau e o outro sobre a segunda saída. Até final deste ano, as obras vão arrancar. Com o Banco Mundial existe um importante projeto, que é o troço Safim-Mpack (o maior projeto de rede rodoviária do país). Já terminou o estudo de viabilidade neste troço. A nível da cidade de Bissau, já iniciaram os trabalhos de reabilitação das suas artérias e, em concreto, os trabalhos estão centrados nas imediações de Bissau-Velho.
Segundo as informações do Martinho Semedo, engenheiro da empresa ARESKY, os trabalhos da manutenção do troço Buba-Bambadinca vão ser feitos em diferentes fases. Um dos grandes problemas naquela rodovia está centrado na localidade de Djagaradjê, na área de Bambadinca. Na época chuvosa transata, esta localidade tornou-se intransitável durante várias semanas, até que a empresa ARESKY fizesse a reparação voluntária para facilitar a circulação.
Martinho Semedo garantiu que agora a sua empresa vai proceder à reabilitação profunda do local e não só, pois, o contrato que a ARESKY tem é de quatro meses o que significa que o tempo é suficiente. “Uma estrada tem que ter manutenção regular para se analisar todos os seus problemas”.
Aquele técnico revelou que a sua empresa confronta-se neste momento com a dificuldade de acesso às pedreiras que pretendem explorar. “A administração local está a tomar as diligências necessárias para pôr as pedreiras a nossa disposição”, sintetizou Martinho Semedo.
A manutenção profunda das estradas vai facilitar a circulação de pessoas e bens, o acesso ao equipamento social e, no fundo, o combate à pobreza, através da infraestrutura rodoviária.
Bacar Balde