Governo pretende vacinar mais de 300 mil crianças contra pólio

No quadro da erradicação da pólio no país, arrancou ontem em todo o país e durante quatro dias (22, 23, 24 e 25) de junho corrente, a segunda ronda da campanha nacional de vacinação contra poliomielite, destinada às crianças de zero a 59 meses, ou seja, menores de cinco anos de idade.

O Governo, com o apoio técnico e financeiro do UNICEF e demais parceiros da Iniciativa Global de Erradicação da poliomielite (GPEI), pretende abranger 95 por cento de mais de 300 mil crianças menores de cinco anos em todo o território nacional.

Para operacionalizar a campanha, as equipas de vacinação já estão no terreno e espera-se a colaboração de todos, principalmente dos pais e encarregados de educação, que durante esses quatro dias devem manter-se em casa esperando pelos agentes que vão passar de porta a porta.

Entretanto, os repórteres da Rede de Crianças e Jovens Jornalistas (RCJJ) estiveram no terreno e acompanharam o desenrolar dos trabalhos do primeiro dia de imunização, tendo registado declarações de alguns país e encarregados de educação e dos agentes de vacinação.

Acesso às casas fechadas

Pelo menos o primeiro dia do início dos trabalhos da vacinação revelou uma certa normalidade.Segundo Nelvina Agostinho Nancassa, tudo está a correr bem, embora haja algumas dificuldades menores que têm a ver com o acesso às casas que as equipa encontram fechadas, o que de uma certa forma rouba-lhes algum tempo.

Por seu lado, Agostinho Camilo, supervisor, elogiou o desempenho das equipas no terreno que, segundo ele, estão a fazer um bom trabalho, e se esse ritmo continuar, garantiu que o objetivo vai ser alcançado, que é vacinar 95 por cento de crianças menores de cinco anos até 25 deste mês.

Enquanto isso, Regina António Gomes de Barros mostrou-se satisfeita depois da imunização do filho. Entretanto, interrogada pelos repórteres da RCJJ sobre se sabe o que a sua criança acaba de tomar, respondeu afirmativo, dizendo tratar-se de vacina contra poliomielite (doença cuta molisi pé).

Assim, aproveitou a oportunidade para agradecer ao UNICEF e demais parceiros por essa ajuda que concedeu ao Governo da Guiné-Bissau para o combate ao vírus do pólio.

Para o Delton Nanfad, gestor de dados do Centro de Saúde de Antula, pelas informações que nos chegam do terreno, até aqui tudo está a decorrer bem, “alias, os pais têm estado a colaborar e ao que tudo indica até ao final da campanha vamos conseguir resultados satisfatórios”.

Vamos atingir objetivos

Os repórteres da RCJJ interpelaram Sana Fati, vacinador em Santa Luzia, que começou por falar dos objetivos da campanha, tendo sublinhado que estão com grandes expetativas de poder alcançar a percentagem fixada (95 por cento), porque nessa segunda ronda está-se a registar grande mobilização dos pais, contrariamente à primeira onde se verificou fraca adesão.

Em relação às dificuldades, Fati apontou o fato de alguns pais terem viajado com os filhos. “Do resto, tudo está a correm bem, e a comunidade estrangeira que não tinha colaborado na primeira ronda agora aderiu”.

Entretanto, a nossa equipa de reportagem interpelou alguns pais nos bairros de Pluba e Santa Luzia que elogiaram os trabalhos feitos na primeira ronda de vacinação, afirmando que os medicamentos são de alta qualidade, pelo que encorajam a todos pais, no sentido de vacinarem seus filhos.

Colaboração dos pais

Contrariamente à primeira ronda, agora os pais, tanto nacionais como estrangeiros estão a colaborar, isso demonstra que a mensagem passou.

Segundo Aissatu Conté, vacinadora da equipa 6, no Bairro de Cupelum, a vacina é muito importante na vida de uma criança, porque ajuda na prevenção ao vírus de pólio.

Aproveitou a ocasião para lembrar aos pais sobre a higienização das crianças, porque a Covid ainda não está erradicada, apesar de a situação estar sob controlo das autoridades sanitárias.

Enquanto isso, Lássana Cissé, pai, apelou aos companheiros, no sentido de pensar nessa doença, vacinando seus filhos, porque uma criança imunizada está protegida.

De salientar que na terça-feira, dia 21, foi realizada uma ação de sensibilização destinada aos pais e encarregados de educação, em Cuntum, por ser o bairro onde se registou a mais fraca adesão na primeira ronda de vacinação.

Admir Gomes Tambá, Agostinho Fanda, Edina Correia e Mariama Baldé (RCJJ)

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