Governo pretende implementar exames nacionais no próximo ano letivo

O Gabinete dos Exames Nacionais convocou vários atores intervenientes do setor da Educação para uma reflexão sobre a implementação do mesmo e analisar os resultados alcançados da fase experimental.

A intenção foi tornada pública no dia 27 do mês em curso, pelo diretor-geral desse gabinete, Ousseynou Niasse, na abertura do ateliê de informação e sensibilização sobre os exames nacionais, num dos hotéis da capital.

 Segundo o responsável, no ano passado fizeram a primeira experiencia, que foi criticado por alguns parceiros, pelo que decidiu-se organizar esse encontro para corrigir os erros do passado e delinear novas estratégias para o ano letivo 2022/2023.

Disse que realizar os exames a nível de todo o território nacional acarreta um custo muito elevado, mas a sua instituição vai trabalhar em colaboração com os intervenientes do setor para a mobilização de fundos, que vão permitir materializar essas diretivas da UEMOA.

Questionado como harmonizar os exames nacionais, uma vez que as escolas não iniciam no mesmo período e ainda com os conteúdos programáticos diferentes, sem contar com as greves no setor público, o diretor-geral  disse que de facto é um assunto muito difícil tendo em conta as paralisações nas escolas estatais.

“A título informativo, nós no Gabinete dos Exames Nacionais fizemos aquilo que tecnicamente chamamos de avaliação formativa, que significa avaliação contínua. Portanto, o serviço que dirijo só tem a responsabilidade de organizar os exames apenas nas classes terminais, neste caso, sexto, nono e 12º anos”, esclareceu.

Depois do ateliê, Niasse prometeu trabalhar na organização do sistema educativo nacional, isto é, na uniformização dos conteúdos para que não haja disparidade em termos de teores.

Informou que todas as escolas públicas e privadas serão incluídas nos exames nacionais e que, neste momento, já iniciaram os trabalhos de coletâneas de dados com os coordenadores das disciplinas para evitar desequilíbrio em termos de matéria.

O responsável pediu os guineenses para abraçarem esse projeto que, segundo ele, vai trazer qualidade no sistema do ensino nacional, assim como ajudar na mobilidade de estudantes no estrangeiro, porque será resolvido de uma vez por todas o problema de certificados falsos.

De acordo com Ousseynou Niasse, a Guiné-Bissau é único país da UEMOA que não emite diploma uniformizado. “Como sabem, o diploma é a base de um exame. Na realidade, nem todas as pessoas que concluíram o 12º ano que têm direito ao ensino superior, porque para frequentá-lo a pessoa precisa de ter aptidão e é no exame nacional que se determina a aptidão”, concluiu.

Alfredo Saminanco e Cadidjatu Bá (estagiária)

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