Governo passa a disponibilizar 122 milhões por mês ao Hospital Simão Mendes

Doravante, o governo passa a disponibilizar mensalmente cerca de 122 milhões de francos CFA para o funcionamento do Hospital Nacional Simão Mendes, tendo por isso criado e empossado um comité de gestão de fundos para o maior centro hospitalar do país.

O despacho conjunto que criou tal estrutura foi rubricado no dia 7 deste mês de abril pelos ministros das Finanças e da Saúde Pública, data em que os membros do comité tomaram posse.

Momentos após a assinatura do acordo, o ministro das Finanças indicou que o Comité de Gestão do Hospital Nacional Simão Mendes (HNSM), que entrou em funções tem, entre outras tarefas, gerir todas as questões técnicas e financeiras do hospital. Aladje Mamadu Fadia adiantou que os fundos colocados à disposição são para aquisição de medicamentos, serviços de urgência (que passam a ser gratuitos em termos de tratamento), fornecimento de alimentação, serviços de vela (remuneração de horas extraordinárias para os técnicos), bem como para limpeza e desinfeções. “Existe ainda um fundo de 100 milhões de francos destinado a intervenções urgentes”, explicou.

O comité, que integra representantes da direção do hospital, da sociedade civil, dos sindicatos do setor da saúde e da AIDA (uma ONG que ajuda na distribuição de medicamentos), passa a ter competência exclusiva de gerir todos os fundos e reúne-se semanalmente para tomar decisões.

Durante a sua intervenção, Fadia lamentou a situação atual em que se encontra o HNSM, não obstante em 2017 o governo ter intervindo e melhorado as condições do seu funcionamento.

O ministro da Saúde louvou o gesto do seu colega das Finanças, ação essa que considera de balão de oxigénio para o maior centro hospitalar do país.

António Deuna reconheceu que, desde a independência a esta parte, o hospital tem funcionado em condições difíceis, tanto a nível financeiro como dos próprios técnicos do setor.

Ele fez saber que o governo ainda não está em condições de fazer funcionar a nova medida em todos os hospitais do país, pelo que decidiu iniciar naquele que é o centro de referência nacional, procurado por todos, havendo a perspetiva de alargar a iniciativa a todas as regiões.

Anunciou que vai ser lançado concurso para a privatização da cozinha, lavandaria e serviços de limpeza do hospital, o que tem a ver com a condição de referência que as autoridades pretendem transformar o HNSM, à imagem do que acontece noutros países do mundo.

Neste aspeto, referiu-se também à melhoria de condições dos médicos e enfermeiros, sobretudo aqueles que fazem serviço de vela. Por isso, convidou os médicos nacionais mais experientes a voltarem a dar a sua contribuição ao centro, ajudando assim os mais novos na área a adquir experiências junto dos peritos.

Texto e foto: Ibraima Sori Baldé

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