O governo, através do Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural, procedeu ontem, ao lançamento do projeto de Diversificação da Agricultura Familiar, Mercados Integrados, Nutrição face às Mudanças Climáticas nas regiões de Cacheu, Oio, Bafatá e Gabu.
O objetivo global é de aumentar, de forma sustentável, os rendimentos e a diversidade familiar dos agregados rurais das zonas abrangidas. É ainda propósito do projeto promover e acompanhar a diversidade da agricultura familiar, adaptada às mudanças climáticas para melhorar o acesso aos mercados e a diversidade alimentar nessas quatro regiões de Sul e Leste.
O projeto, conhecido também por REDE, tem a duração de seis anos e conta com o financiamento do Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola (FIDA).
Ao presidir à cerimónia de lançamento, o ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural declarou que o projeto em causa vai beneficiar o empreendedorismo rural de jovens, mulheres, deficientes, bem como emigrantes repatriados e a sua integração nos corredores comerciais regionais e sub-regionais.
Como resultados esperados, Marciano Silva Barbeiro apontou o aumento da produção dos agricultores alvos e a capacidade de adaptação aos choques exteriores, nomeadamente climáticas, de uma maneira durável, diversificando a produção a melhores práticas nutricionais. Igualmente, espera-se o acréscimo de rendimentos, através da venda de excedentes agrícolas.
Na opinião daquele governante, os investimentos na agricultura podem desempenhar um papel decisivo na garantia de segurança alimentar e nutricional sustentável a curto, médio e longo prazos, melhorando as condições de vida das populações guineenses.
“Esperamos que, com o uso de uma agricultura mecanizada e sustentável a base de utilização de sementes de qualidade e de boas práticas de produção, possamos alcançar a segurança alimentar e minimizar os riscos associados a desnutrição”, perpetivou Silva Barbeiro.
O diretor do FIDA para a Guiné-Bissau, na sua intervenção, afirmou que a erradicação da pobreza e da fome no meio rural passa pelo desenvolvimento das economias rurais. Gianluca Capaldo adiantou que investir no setor agrário vai para lá da criação de empregos nas explorações, podendo gerar atividades ao longo de cadeia de valor, incluindo a transformação, o transporte e a comercialização.
A seu ver, investir em pequenos agricultores e nas pequenas e médias empresas permite construir as economias rurais fortes e diversificadas.
Capaldo lembrou que, de 1983 a esta parte, o FIDA investiu na Guiné-Bissau mais de 45,3 milhões de dólares em cinco projetos e programas de desenvolvimento rural, que beneficiaram diretamente cerca de 182 mil famílias camponesas, para um valor total a rondar 115,4 milhões de dólares americanos.
De referir que, segundo informações avançadas pelo Ministério da Agricultura, os postas chaves da Unidade de Coordenação do projeto REDE, nomeadamente o coordenador, o responsável de seguimento e avaliação, bem como o responsável administrativo e financeiro, já foram recrutados.
Texto e fotos: Ibraima Sori Baldé