A única forma de combater a pobreza no país é apostar seriamente na agricultura. A constatação é do ministro de Estado e de Agricultura, no final de visita de dois dias (3 a 4 de maio) que efetuou às regiões de Gabu (Carantaba e Saucunda), Bafatá (Contuboel e Campossa) e Quínara (Yussi), onde procedeu ao balanço da campanha agrícola da época seca e avaliação da situação das bolanhas e dos centros agrícolas.
Marciano Silva Barbeiro, que se fez acompanhar dos altos responsáveis e técnicos do seu pelouro, reiterou, no entanto, o empenho do Governo na promoção e dinamização da agricultura, através de mobilização de meios materiais necessários e assistência técnica aos camponeses com vista a facilitar a produção do arroz não só para o consumo, assim como para agronegócio.
Em Yussi, Setor de Tite, Região de Quínara, o ministro encontrou uma forte mobilização de camponeses que o esperavam na bolanha local, estimada em mais de mil hetares, mas que desde anos noventa deixou de ser utilizada, devido à inundação resultante do fecho do rio que tem impedido a passagem de água.
A população, maioritariamente jovens, manifestou ao ministro a grande vontade de retomar às atividades agrícolas na bolanha, apesar de barreiras impostas pela grande quantidade de água que se regista na época das chuvas. Em consequência, estão sob dependência da monocultura de caju que tem devastado as suas florestas, pelo que desejariam de inverter essa tendência.
Aliás, é uma preocupação que já foi manifestada ao Governo, através do Ministério da Agricultura. É exatamente nesta perspetiva que Marciano Silva Barbeiro efetuou esta visita a Yussi já com solução alternativa, que passa pela cultura do arroz denominado “sete metros”, uma variedade que adapta à inundação.
Neste preciso momento já estão dois tractores a lavrar no terreno, tendo o ministro garantido mais dois, totalizando quatro máquinas ao serviço da comunidade camponesa da zona. O plano, conforme o governante, é concluir toda a lavoura neste mês de maio, e logo que caiam as primeiras chuvas lançar a semente que, também, já está garantido pelo Ministério da Agricultura, num total de 18 toneladas nesta primeira fase.
Entretanto, para a resolução da situação daquela bolanha, Silva Barbeiro garantiu aos camponeses que o Governo está a procurar o financiamento para encomendar um estudo de viabilidade que exige grandes somas em dinheiro, e “só a partir daí que se pode fazer o trabalho do melhoramento do referido campo agrícola”.
Gesto solidário
Na sua passagem por Saucunda, Setor de Sonaco, o ministro da Agricultura procedeu, em nome do Presidente da República e do Primeiro-Ministro, à entrega de um donativo, em géneros alimentares que compreende 80 sacos de arroz, sete caixas de óleo alimentar e sete de sardinha.
Esse gesto espelha a solidariedade do Governo para com os camponeses locais que não concluíram as suas atividades agrícolas da época seca, devido, primeiro, a avaria da motobomba e a falta do gasóleo no momento crucial. A essa massa camponesa, Silva Barbeiro manifestou a sua solidariedade e a do Governo, exortando-lhe no sentido de prepararem para a época das chuvas que está a porta.
“Neste momento, não podemos retomar as atividades agrícolas da época seca, porque o tempo é limitado. O que devemos fazer é mobilizar forças e preparar-se para a época das chuvas que se avizinha e mobilizar meios para que o “desastre” semelhante não se repita no próximo ano”, aconselhou o ministro.
Adulai Djaló