Mais uma campanha de vacinação contra poliomielite (conhecido por doença de mole pé) arranca no próximo dia 22 deste mês, com duração de quatro dias. O Governo em colaboração com o UNICEF quer atingir um número considerável de crianças em todo o território nacional.
Para o sucesso dessa campanha, é preciso a colaboração de todos, pais, encarregados de educação dos filhos e a sociedade em geral, tendo em conta a importância dessa vacina na saúde física dos meninos.
Nesse quadro, os repórteres da Rede de Crianças e Jovens Jornalistas (RCJJ) falaram com alguns líderes de opinião e pessoas influentes a nível das comunidades, que deixaram algumas considerações sobre o assunto, na perspetiva de sensibilizar os pais e a população no seu todo para uma maior aderência à imunização.
Falta de informação
Para o padre Marcos Baliu Sibandio, da Paroquia Santa Luzia, a falta de informação levou os guineenses a tratar a doença de poliomielite de um mito. No entanto, esse líder religioso convida a todos pais e encarregados de educação a vacinarem suas crianças, para evitar os efeitos nocivos desses bichos que afetam a saúde física dos menores, futuros atores de desenvolvimento do país.
Recuando-se no tempo, o padre lembrou que esta doença constituía um enorme preocupação para a sociedade, porque a sua origem era desconhecida, pelo que levou a ser encarada como resultado de bruxaria
“Mas agora que temos a possibilidades de se defender da doença, só nos resta colaborar para a felicidade dos nossos filhos e, consequentemente, de um futuro risonho”.
Porém, padre Marcos destaca que a Igreja Católica tem contribuído muito nas questões sanitárias do país.
Sejamos cautelosos e prevenidos
Na sua curta declaração, Infali Coté, porta-voz da Comissão Conjunta da Comunidade Islâmica, sublinha que o Estado da Guiné-Bissau tem responsabilidade acrescida na construção de bem-estar do seu povo e, consequentemente, das crianças guineenses.
No âmbito de mais uma campanha contra pólio que se avizinha, lançou um vibrante apelo a toda comunidade islâmica nacional e estrangeira e não só, no sentido de colaborarem com as brigadas de vacinação para o bem-estar dos filhos, porque uma criança imunizada tem mais probabilidade de crescer bem e saudável.
Saúde é maior riqueza
Interpelado pelos repórteres da RCJJ, Samba Bari, escritor guineense radicado na Inglaterra, começou por dizer que a Poliomielite é uma doença que afeta a vida das pessoas, principalmente das crianças.
Portanto, aproveitou a oportunidade para apelar todos os pais e encarregados de educação, no sentido de colaborarem com as brigadas de vacinação, para assim evitar dessa doença maléfica que, no passado, limitou a mobilidade de milhares de crianças.
Por outro lado, Bari fez lembrar que a “nossa maior riqueza é saúde, pois, só depois da conquista desse bem é que podemos sonhar o desenvolvimento”.
Assim, alertou que se os pais não deixarem os filhos vacinar, poder-se-ão arrepender-se posteriormente, porque a debilidade física de uma criança torna-lhe resumido em todos os sentidos. Por isso, a sociedade só tem a ganhar com a imunização das crianças contra pólio.
Para o escritor, tudo que estamos a fazer e para glorificar a nossa sociedade e salvar a vida dos mais pequenos, além de uma oportunidade para evitar a debilidade física dos menores.
Doença infetocontagiosa
Por sua vez, a ex-presidente da Associação Académica de faculdade de Medicina, Felícia Júlio Fernandes, mostrou que a poliomielite é uma doença infectocontagiosa, que é transmitida de pessoa para pessoa, através de gotas respiratórias, salivas, água, alimentos contaminados pelo vírus de Pólio.
Essa doença, segundo ela, é mais frequente nas crianças com idade entre 5 a 14 anos. Os sintomas podem ser febre, dores musculares, cansaço, vomito, diarreia e, às vezes, assintomático.
“Por ser uma doença sinceramente grave, a pólio pode causar transtorno a nível de sistema nervoso central”, revelou Felícia.
Àquela ativista, aproveitou a ocasião para apelar aos pais e encarregados de educação, no sentido de prepararem os seus filhos para receber a vacina, caso contrario a presença do vírus de pólio na criança pode provocar a torcida da coluna vertebral, a debilidade do corpo, o que vai levá-la a adotar um estilo anormal do corpo.
A finalizar, exortou os pais e encarregados de educação, no sentido de serem principais protetores, porque têm obrigação de cuidar dos alimentos, na medida em que, também, os menores devem estar bem nutridos para fortificar a sua imunidade.
Ademir Gomes Tambá, Agostinho Fanda, Edina Correia e Mariama Baldé (RCJJ)