O ministro da Economia, Plano e Integração Regional disse, dia 4 de novembro, que a transição para um desenvolvimento sustentável e resiliente não é uma responsabilidade apenas do Governo ou das instituições internacionais, mas um desafio coletivo que requer o envolvimento ativo de autoridades locais, do setor privado, das organizações não governamentais e das comunidades.
Soares Sambú fez essas considerações em Bissau, durante a cerimónia de apresentação do Relatório sobre Clima e Desenvolvimento para Guiné-Bissau, feito pelo Banco Mundial.
Disse que esse relatório, fruto de uma parceria com o Grupo Banco Mundial, representa um esforço profundo para entender, como as mudanças climáticas afetam o desenvolvimento da Guiné-Bissau e como enfrentar esses desafios.
Esclareceu que mesmo sendo a Guiné-Bissau um país com baixas emissões, o governo assume compromissos significativos para mitigar os efeitos das mudanças climáticas. “Estabelecemos a meta de reduzir as emissões de gases com efeitos de estufa em 30 por cento até 2030, com ações focadas na conservação florestal, na agricultura sustentável e no fortalecimento das comunidades”.
O governante assegurou que a implementação das referidas metas exige apoio financeiro internacional, pois a capacidade financeira interna do governo é limitada. Demonstrou o quanto o relatório identifica a agricultura como prioridade, mas que ao mesmo tempo, é altamente vulnerável aos efeitos climáticos. Segundo ele, a adoção de práticas agrícolas inteligentes e a diversificação das culturas são essenciais para construir uma agricultura mais resiliente.
“É urgente investirmos em tecnologias de irrigação, variedades de culturas adaptadas e em infraestruturas que permitam aos agricultores enfrentarem melhor os desafios climáticos”, sublinhou.
Aproveitou a ocasião para agradecer todos os envolvidos nesse projeto, pelo que seus esforços e conhecimentos foram cruciais para elaboração desse documento que orientará as próximas ações do governo.
Por sua vez, a representante residente do Banco Mundial mostrou que esta diversidade de personalidades vindas de várias instituições nacionais e internacionais, entidades diplomáticas e académias, reflete a relevância e a abrangência do tema em questão.
Segundo Rosa Britto, a Guiné-Bissau enfrenta uma elevada vulnerabilidade às alterações climáticas, que já afetam diretamente comunidades, especialmente aquelas em zonas costeiras e dependentes da agricultura e da pesca como fontes de subsistência.
A responsável afirmou que a urgência do tema é evidente, uma vez que sem estratégias eficazes de adaptação, os riscos climáticos podem intensificar a pobreza no país e, por isso, o relatório ora apresentado não é apenas relevante, mas crucial.
“O relatório sobre o clima e o desenvolvimento do país é um diagnóstico estratégico que integra questões climáticas e de desenvolvimento e está sendo lançado hoje, pela primeira vez, na Guiné-Bissau, e foi preparado por uma dedicada equipa de especialista do Banco Mundial”.
Julciano Baldé