A governadora da Região de Gabu manifestou-se preocupada com a fraca capacidade do país em absorver os novos quadros, formados em diferentes áreas.
A inquietação de Elisa Tavares Pinto foi manifestada na cerimónia de entrega de diplomas aos recém-formados da Escola Nacional da Administração (ENA).
Tavares afirmou que é sonho de qualquer país do mundo ter profissionais qualificados, mas na Guiné-Bissau tem sido o contrário, porque até aqui o Estado não tem feito nada para inserção desses quadros no mercado de trabalho.
“Sabemos que todos nós almejamos trabalhar na Administração Pública, mas isso é impossível. Qualquer país se desenvolve com o setor privado, porque a Função Pública não tem capacidade de absorver todos quadros, então, é hora de pensarmos em iniciativas de autoemprego”, disse.
Por outro lado, a governadora sublinhou que as sedes dos partidos políticos não devem ser alternativas ao emprego, como tem sido nos últimos anos. Portanto, no seu entender, a juventude deve pensar na possibilidade de criar o seu próprio emprego.
“Os nossos diplomas podem servir para o desenvolvimento do nosso país, desde que nós, enquanto jovens, pensemos em como servir a Guiné-Bissau, não através de um partido político, mas sim pela nossa competência e amor à pátria”, referiu.
Por outro lado, a governadora afirmou ter constatado, durante visitas às escolas, a desistência de meninas, por motivos de excisão, casamento precoce e trabalho infantil, “facto que desencoraja a participação efetiva das meninas na escola”.
Revelou que o nível de escolaridade na região é muito baixo, devido à falta de uma política virada ao desenvolvimento do setor do ensino naquela localidade, tendo alertado que a própria população pode ser um vetor de transformação do paradigma. Assim, prometeu usar a sua influência junto do Governo para construção de mais escolas na região, a fim de diminuir os fenómenos, tais como êxodo rural, migração irregular e delinquência.
Em representação do delegado Regional de Educação, Morto Albano Gomes, enalteceu o esforço e a persistência dos formandos, apesar da conjuntura política e governativa adversa, tendo louvado a iniciativa da Direção da ENA em criar pólos no interior.
Enquanto isso, o supervisor da ENA para a Província Leste, Mutaro Tuncara, agradeceu aos professores pelo empenho durante o ciclo de formação, e encorajou os formandos a continuarem os estudos.
Geraldo Suleimane Camará (colaborador)