Os Fuzileiros Navais do país, considerados de força de elite da Marinha Nacional, manifestaram sempre a sus disponibilidade de cumprir quaisquer missões plasmados na lei, ou seja, ordenadas pelos seus superiores, mesmo com o custo das suas vidas.
Ainda assim, estão cientes da escassez de meios navais, tais como botes pneumáticos, lanchas de desembarque, veículos blindados e instalações completamente degradadas.
O apontar deste rol de necessidades foi registado no dia 12 de setembro, no ato alusivo aos 51 anos da criação do corpo dos fuzileiros navais que teve lugar em 1969.
Relativamente às dificuldades que esta força está a enfrentar em termos de meios materiais navais, o comandante dos fuzileiros navais, o capitão de mar e guerra,Adelino Mbô, pediu para que o governo do país continue a cooperar com os seus parceiros bilaterais, no âmbito do projeto dos fuzileiros, à semelhança de outrora empreendida entre as forças armadas guineenses e portuguesas, que possibilitou a formação local dos fuzileiros navais em 1992 e da estrutura que hoje está a tentar criar novos alicerces.
Este comandante lembrou que a Guiné-Bissau é o primeiro dos PALOP a beneficiar deste projeto, só que neste momento Angola e Moçambique já possuem estruturas mais avançadas no que toca à especialidade dos fuzileiros navais.
Por seu turno, o chefe de Estado-Maior da Armada (CEMA) interino, capitão de mar e guerra Pedro Siga, que foi aplaudido pela sua brilhante leitura que muitos não esperavam, conseguiu ler sem dificuldade um documento de oito páginas, tendo em conta a sua idade. Foi homem que passou toda a sua juventude nas matas durante a luta de libertação nacional, atualmente tem mais de 70 anos de idade.
Este oficial da Marinha lembrou que o corpo dos fuzileiros navais foi formado por Amílcar Cabral no dia 12 de setembro de 1969 e treinada na ex-URSS, na cidade de Sochi, onde se encontravam 166 estudantes guineenses. Deste grupo de estudantes foram escolhidos 76 elementos para formação na área de fuzileiros navais.
Depois de frequentarem essa formação específica, estes 76 fuzileiros regressaram em agosto de 1970 e foram conduzidos diretamente para a base da guerrilha em Candjafra, onde foram enquadrados nas forças armadas.
Pedro Siga explicou, ainda, que no mesmo ano, em Candjafra, houve dois recrutamentos militares e, em outubro do mesmo ano, após a referida mobilização, o primeiro e o segundo grupos seguiram para Fulamor e, o terceiro, seguiu para Quínara.
Após a chegada destes grupos em Fulamor, encontrou os comandantes Paulo Correia e Honório Chantre. No ano seguinte o comandante Paulo Correia ordenou e conduziu o ataque a Bafatá, uma operação que durou sete dias, ida e volta.
De acordo com Siga, entre os anos 1970 a 1972, atacámos todos os quartéis de Gabu, Pitche, Canquelifá, Pirada, Bajocunda, Buruntuma, Cabuca e Nova Lamengo.
Lembrou ainda que para poder controlar a guerra, os fuzileiros mandaram evacuar tudo o que havia em Cubucaré, desde internatos, artilharia e os próprios cubanos, ficaram somente os comandantes N`Djamba Mané e Lay Seck.
Com as permanências destes comandantes em Cubucaré, os fuzileiros navais bloquearam todas as vias de acesso das tropas portugueses, para permitindo assim livre circulação das populações destas áreas.
De salientar que durante a festa de confraternização nas instalações da Marinha, em Bissau, foram homenageados sete altos oficiais que deram tudo a esta força naval. Foi também exibido a forma como fazem a abordagem aos tripulantes de navios suspeitos de fraude.
A terminar, jovens operacionais desta força naval fizeram uma demonstração de desembarque em terra após sair do lodo, os quais foram aplaudidos pelos altos oficiais presentes.
Texto e foto: Fulgêncio Mendes Borges