O Fórum de Partidos Republicanos (FPR) congratulou-se, hoje, com a decisão do Presidente da República em dissolver a Assembleia Nacional Popular da XI Legislatura, com vista a evitar a desordem e guerra civil.
Essas palavras do porta-voz do FPR foram ouvidas em conferência de imprensa, realizada para manifestar a solidariedade ao Chefe de Estado pelos acontecimentos de 1 de dezembro, nas instalações do Comando da Guarda Nacional e na de piquete da Polícia Judiciária.
Lesmes Monteiro aproveitou a ocasião para lembrar a opinião pública que as comunicações do líder da Coligação PAI-Terra Ranka na conferência de imprensa do dia 2 de dezembro e do seu discurso logo do dia seguinte, confirmaram a tentativa do golpe de Estado, “porquanto afirmou em várias passagens que compreendia a atitude do Comando da Guarda Nacional, justificando que o que os agentes fizeram, foram levar os detidos de umas instalações do Estado para outras. Facto que confirmou que ordem foi dada pelo Governo da coligação PAI-Terra Ranka”.
Monteiro explicou que os comunicados do Estado-Maior General das Forças Armadas afirmam claramente que houve uma tentativa de golpe de Estado.
De acordo com o responsável, condenamos e repudiamos o comportamento antidemocrático e criminoso que o Governo da República da Guiné-Bissau tomou, com objetivos claros de chegar à Presidência da República à força, desprezando vida humana.
Igualmente, condenou a atitude de promiscuidade do líder em questão tanto no rombo financeiro de seis biliões ao cofre de Estado como nos eventos do dia 1 de Dezembro, que demonstram uma obsessão ao poder e parece ter desistido da sua famigerada tese do império da lei. “Porquanto o seu comportamento evidencia os seus habituais métodos ditatoriais”.
Exigiu cabais esclarecimentos do destino dos seis bilhões, pois, é ética e moralmente condenável, esvaziar os cofres do Estado para alocar aos amigos, tendo questionado para já, com que intensão. “Presumimos nós, criar o caos para se chegar à Presidência da República”.
O porta-voz disse que a sua organização não aceita qualquer prática que coloque em perigo a convivência e a solidariedade mútua entre os guineenses, por isso reprova energicamente esse ato vil, contrário ao exercício de direitos políticos e de cidadania reservados pela Constituição da República da Guiné-Bissau.
“A Coligação PAI-Terra Ranka, tem uma agenda essencialmente presidencial, pelo que quer apoderar-se da Presidência da República a todo o custo, com o objetivo de possuir o controlo de todas as instituições da República, para instaurar a ditadura e varrer para debaixo do tapete as promessas eleitorais”, esclareceu Lesmes Monteiro.
Monteiro apelou o Ministério Público para levar à justiça os autores morais e materiais deste hediondo e bárbaro ato criminoso perpetuado, com a colaboração ativa dos políticos.
Pediu a todos os guineenses para se absterem das práticas que visem criar mais sofrimentos ao povo, porque qualquer ato desta natureza faz enormes estragos a imagem da Guiné-Bissau a nível internacional.
“Destruindo o brutal esforço consentido nos últimos anos para recolocar o nosso país numa plataforma de reservado acesso no concerto das nações”.
Enalteceu os esforços e a postura das Forças Republicanas pela determinação e abnegação com que atuaram para evitar a chacina e decapitação do Estado.
De salientar que os partidos que compõem o Fórum de Partidos Republicanos são: APU-PDG, RGB, PND, CNA, PAPES, PLGB, PNP, PUSD, PJRT-PFD, PRP, CEO, CD, CG, UDS, PP, PDS e LIPE.
Julciano Baldé