Forças de Defesa e Segurança capacitadas em direitos de mulheres e meninas

Cerca de 50 agentes das forças de Defesa e Segurança estão a ser capacitadas em matéria dos direitos de mulheres e meninas, no quadro da implementação de um projeto executado pela Associação dos Amigos das Crianças e a Casa dos Direitos, com o financiamento do PNUD.

No total são abrangidos mais de 200 agentes colocados em Bissau, Biombo, Canchungo e Ingoré, sendo cada ação de formação programada para quatro dias.

A abertura para as referidas sessões foi feita em Bissau, na quarta-feira, 16 de junho, coincidindo assim com o fim da quinzena de crianças e o Dia da Criança Africana.

Ao presidir o ato esteve o diretor-geral da Política da Defesa Nacional, em representação do ministro da tutela. A ocasião serviu para Malam Camará declarar que as forças de Defesa e Segurança precisam de ferramentas, propostas desse worskshop, não só para o seu acautelamento, mas também para o enriquecimento cultural.

Aquele oficial militar é da opinião de que, para atingir níveis satisfatórios do nosso percurso comum, toda a maneira de agir deve acompanhar-se de pedagogia, considerando que muito do mal que grassa a sociedade é motivado de desconhecimento de determinados pressupostos de orientação da vida societária. Ou seja, a convivência é marcada de contrastes factíveis de grandes controvérsias cuja identificação das causas não são muito evidentes.

Salvaguardar direitos

Por seu lado, o secretário-executivo da Associação dos Amigos das Crianças (AMIC), afirmou que as forças de Defesa e Segurança tiveram, na sua génese, um histórico positivo na salvaguarda dos direitos humanos das mulheres. Laudelino Medina adiantou que, ainda nas matas, em plena luta armada, elas foram respeitadas e contaram, sem discriminação, a todos os níveis em todo o processo que culminou com a independência nacional.

Ele informou que a AMIC e parceiros decidiram contribuir com este projeto, para promover um ambiente, no qual as mulheres possam gozar dos seus direitos e liberdades e zelar para que os mesmos não sejam violados.

Para isso, segundo Medina, é preciso prosseguir os seguintes objetivos: consciencializar as mulheres sobre a importância de participar cada vez mais nas esferas de decisão para a consolidação democrática, manutenção de paz e segurança; incentivar uma abordagem séria e pedagógica das problemáticas de violação dos direitos das mulheres e meninas; sensibilizar o público para uma sociedade igualitária, justa, sem preconceitos e discriminação contra essa camada social.

Em representação do PNUD, o seu conselheiro técnico saudou a “importante parceria” com a sociedade civil e disse que o papel das forças de Defesa e Segurança representa uma dimensão múltipla na questão ligada ao respeito pelo direito das mulheres. Oumar Diallo manifestou-se satisfeito com a inclusão de um número considerável delas nesta ação de formação.

A seu ver, não haverá nenhum processo de paz e desenvolvimento sem a inserção das senhoras na sociedade, sendo que o papel dos militares e paramilitares é fundamental por serem primeiros a velar pelo respeito dos direitos humanos, em geral, e das mulheres, em particular.

Texto e fotos: Ibraima Sori Baldé

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