Editorial: Chefe de Estado assume presidência rotativa da CEDEAO

A eleição do Chefe de Estado, Umaro Sissoco Embaló, ao cargo de Presidente em exercício da CEDEAO, no dia 3 de julho, do corrente ano, em Acra, Gana, pode apanhar alguns de surpresa todavia muitos conjeturavam desse relevante efeito, inédito e particularmente histórico em decorrência da sua excelente carreira diplomática, nos fóruns sub-regionais, regionais e internacionais desde que assumiu essas funções de alta magistratura da Nação a 27 de fevereiro do ano 2020.

O país enaltece e se orgulha dessa magna conquista do seu Chefe de Estado que muito enobrece o Estado guineense.

Ele chegou, viu e venceu. Primeiro regularizou as contas do país nessas organizações possibilitando aos dirigentes falarem e serem escutados, promoveu e empenhou-se bastante na reconciliação e aproximação entre responsáveis políticos desses países em agitação política (Guiné Conacri, Burkina Faso e Mali), efetuou visitas importantes a outros países como França e Brasil que contavam décadas sem ver o rosto do Chefe de Estado guineense.

O Presidente da República pela sua notável capacidade de estabelecer relações institucionais recíprocas diplomáticas com outros estados. O Chefe de estado, Umaro Sissoco Embaló, vem conferindo uma diplomacia proactiva assinalável que lhe permitiu inaugurar representações diplomáticas em países amigos como Turquia, abrindo consulados em locais de grande densidade populacional da nossa comunidade emigratória, Albufeira, Algarve, sul de Portugal.

As excelentes relações que o país goza atualmente com o Banco Mundial, FMI, BOAD, UEMOA, BAD devem-se fundamentalmente a careteira de contatos e notável credibilidade que o país vai ganhando graças aos esforços do Chefe de estado.

Mercês à influência de Sissoco Embaló, que atua no plano diplomático internacional como peixe na água o país já dispõe de representante no BOAD, pela primeira vez e, assumindo funções de vice-presidente daquela instituição financeira.

Todos os investimentos feitos de Fevereiro de 2020 a esta data devem-se exclusivamente à dinâmica diplomática pessoal do Presidente da República que não tem poupado esforços em levar o país as costas para definitivamente assinalarmos mudanças estruturantes e conjunturais.

O descolar do país economicamente, a credibilização das suas instituições, o reforço da coesão interna e unidade nacional, a afirmação do país nos planos sub-regional, regional e internacional o elevar do auto estima da guineendade, o orgulho de sermos guineenses nascidos na pátria de homens trabalhadores e honestos já dispõe de uma referência. Esse padrão que há muito faltava à nossa juventude é inegavelmente o Chefe de estado, General Sissoco Embaló, comandante supremo das forças armadas que de uma forma absolutamente inédita conseguiu trazer trofeu de ganhos diplomáticos e políticos importantes.

Todos os partidos políticos, sem exceção, movimentos, autoridades tradicionais, administrativas em uníssono felicitaram o Chefe de Estado nessa sua eleição ao cargo de Presidente em exercício da CEDEAO.

Historial de CEDEAO

Apesar de os Estados-Membros da comunidade terem três línguas oficiais (Inglês, Francês e Português), existem contudo mais de mil línguas locais, entre as quais, línguas nativas transfronteiriças, inclusive, como o Ewe, pular, Fulfulde, Hausa, Mandinga, Wolof, Yoruba, Ibo, Ga, etc. faladas por mais de 300 milhões de habitantes numa vasta área de cerca de 5.1 milhões de quilómetros quadrados.

A diversidade cultural, linguística, ecológica apresenta simultaneamente oportunidades e desafios para o processo de integração. A vontade de combinar forças a nível político e económico foi sempre reconhecida como sendo um passo em frente para a criação de prosperidade na região.

Assim, o primeiro esforço de integração data de 1945, com a criação do franco CFA que reuniu os países francófonos da região numa união monetária única. Posteriormente, em 1964, o Presidente da Libéria William Tolbert propôs uma união económica da África Ocidental que resultou num acordo em 1965 entre Côte d’Ivoire, a Guiné, a Libéria e a Serra Leoa.

Contudo, não houve nenhum resultado concreto na sequência desse acordo até 1972, quando, o Chefe de Estado Nigeriano Yakubu Gowon e o seu homólogo togolês o Presidente Gnassingbé Eyadéma, fizeram uma digressão na região para promover a ideia de integração. Assim, graças aos esforços envidados, foram apresentados projetos com base nos quais foi elaborado em 1975 o Tratado de Lagos que instituiu a CEDEAO. O Tratado de Lagos estava, previamente, limitado às políticas económicas, mas, com a ocorrência de problemas políticos, foi sujeito à revisão que permitiu, em 1993, o alargamento do seu âmbito de aplicação e das suas prerrogativas.

A razão de ser da CEDEAO é promover a cooperação económica e política entre os Estados. Está, assim, em sintonia com a história, na medida em que os cidadãos da África Ocidental, até no período pré-colonial, já eram das populações que mais se deslocavam no mundo, mesmo se a mobilidade ocorria essencialmente no seio da região. Cerca de 7,5 milhões de migrantes da África Ocidental (3% da população regional) residem em países da CEDEAO diferente do seu. Os outros migrantes, 1,2 milhão, residem sobretudo na América do Norte e na Europa. Havia cerca de 149 milhões de migrantes em 2013, dos quais mais de 50% correspondiam às mulheres a nível regional. A migração transfronteiriça de mulheres comerciantes e de empresárias coloca-as como potenciais campeãs na promoção da integração, ainda que se tratem de dados por explorar.

Durante os últimos anos, a população da África Ocidental observou um forte crescimento, passando de 70 milhões de habitantes para 300 milhões entre 1950 e 2010. No fim do ano de 2014, representava cerca de 40% da população da África subsaariana. Segundo as projeções das Nações Unidas, a população da África Ocidental deverá chegar aos 550 ou 600 milhões de habitantes em 2050. É a região mais jovem do mundo. Além disso, com cerca de 5% da população mundial e com uma área superior a 40% da África subsaariana, a África Ocidental é a mais densamente povoada.

Abduramane Djaló

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