O Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, disse que dos poucos meios financeiros que o Governo dispõe, a reabilitação das instalações do Quartel da Marinha de Guerra Nacional vai ser uma das prioridades para o investimento de momento.
O Chefe de Estado deixou essas garantias no final de uma visita que efetuou às instalações militares da Marinha, dia 30 de abril. “O que constatei custa a acreditar que são instalações de um Estado-Maior da Armada com 50 anos de independência”, enfatizou.
O Presidente da República afirmou que há que encontrar a solução para tirar essa unidade militar nesta situação, considerando que as condições em que se encontram o quartel são desumanas e inaceitáveis.
Para o Comandante em Chefe das Forças Armadas, é chegada a hora de os governantes deixarem as teorias e passar para as ações concretas, pois “esta nossa geração tem de mudar este país pela positiva”, vincou.
Umaro Sissoco Embaló, recém promovido ao general do Exército a 24 de setembro de 2020, disse que a ideia de melhorar as condições de casernas é extensiva aos setores sociais, nomeadamente a educação e saúde.
Questionado se o Governo está, neste momento, em condições financeiras de responder às necessidades de reabilitação das infraestruturas do Quartel da Marinha, General Sissoco respondeu nesses termos: “o certo é que há uma instrução firme de que a chuva não pode encontrar as instalações nas atuais condições físicas”, garantiu.
O Chefe de Estado confessou que de facto há dificuldades financeiras mas as mesmas não podem impedir a intervenções imediatas de que necessita a Marinha. “Aliás, dentro do pouco que temos disponível, este quartel vai ser uma das prioridades do nosso investimento do momento”.
No âmbito dessa visita, o Presidente da República foi interpelado pelos jornalistas se o atendimento às reivindicações dos sindicatos que neste momento paralisam alguns setores da Administração Pública consta da sua agenda, Sissoco disse esperar entendimento à volta desse assunto nas negociações em curso.
“Os sindicatos estão a reclamar dívidas de há seis anos, mas acho que devemos colocar o país em primeiro lugar e deixarmos a política de lado”, exortou o Chefe de Estado.
Sissoco Embaló lembrou que apesar de todas as exigências dos sindicalistas, o salário tem sido pago atempadamente. “Vamos com calma, estamos a gerir fracos recursos provenientes dos impostos e com apoio da comunidade internacional”, acrescentou.
Presidente português visita o país
No quadro da visita ao Quartel de Marinha, o Presidente da República foi questionado pela imprensa sobre o que espera da visita do Chefe de Estado português, Marcelo Rebelo de Sousa ao país, de 17 a 18 deste mês.
Em resposta, Embaló considerou que não é normal que um Presidente português não visite a Guiné-Bissau há 16 anos. Contudo, disse que a não vinda de um Chefe de Estado português ao país não é por culpa de Portugal mas, sim, por razões da instabilidade do país.
Lembrou ter efetuado uma visita oficial a Portugal, e a vinda de Marcelo inscreve-se no quadro das boas relações de amizade e de cooperação e essa visita será, certamente, muito importante para ambos países.
Texto e foto: Aliu Baldé