O diretor-geral do Comércio Externo garantiu, esta semana, que no próximo dia 12 de agosto, chegam ao país um navio com 25 mil toneladas de arroz para abastecer o mercado nacional e reforçar as 22 mil que já estão disponíveis em todo o território nacional, permitindo assim o consumo até final do ano.
A escassez de arroz no mercado nacional criou alarmes e transtornos na dieta alimentar dos guineenses nos últimos dois meses, mas, segundo Lassana Fati, tudo se deveu ao atraso na atracagem do navio que transportava as cerca de 22 mil toneladas para o país.
Em entrevista ao Jornal Nô Pincha, Fati disse que a escassez desse produto que se registou nos últimos tempos, estava relacionado com o engarrafamento que se verificou no Porto de Bissau, provocado por um barco que se encontrava a carregar castanha de caju para a exportação.
“Registou-se nos últimos dois meses a escassez de arroz no mercado nacional, mas tudo teve a ver com o barco, que se encontrava em processo de exportação da castanha de caju. O nosso porto não tem condições para albergar simultaneamente dois navios de grande porte. A situação norteou a demora na descarga de arroz”, esclareceu Fati.
Entretanto, dados avançados pelo Governo apontam que a Guiné-Bissau consome cerca de 200 mil toneladas de arroz por ano, sendo que mais de 140 mil das quais são importadas de países do sudoeste asiático, tais como a China, Bangladesh, Índia e Vietname, e as restantes 60 mil são produzidas no país.
No que diz respeito a eventual especulação de preços deste produto base alimentar dos guineenses por parte dos comerciantes, o diretor-geral do Comércio Externo pede a colaboração da população em denunciar qualquer ato do género para que os infratores sejam punidos conforme a lei, porque não há razão que justifique nenhuma subida dos preços.
Por seu lado, e em declaração à agência Lusa, o presidente da Associação dos Retalhistas dos Mercados da Guiné-Bissau, Aliu Seide, culpabilizou o Governo, através do Ministério dos Transportes, a quem responsabiliza pela falta de arroz no mercado.
“Se não há condições de descarga, que digam aos comerciantes para que não tragam navios com mercadorias “, observou Seide.
Francisco Gomes