Domingos Simões pereira apela aos guineenses a devolverem coleções

Em entrevista exclusiva ao jornal Nô Pintcha, o presidente do PAIGC apelou aos guineenses a devolverem coleções do jornal Nô Pintcha que haviam levados a título de empréstimo. Domingos Simões Pereira lamentou o facto de não ter encontrado boa parte de coleções pretendidas, razão pela qual aproveitou a ocasião para apelar a devolução dos arquivos do jornal, caso estiverem em mãos particulares.

“Esses documentos são patrimónios comuns, aos quais todos cidadãos idóneos podem aceder sempre que precisar. Daí, a pertinências da devolução das referidas coleções e permitir com que o Nô Pintcha possa ter todos os arquivos de 1975(ano da sua fundação) para cá. E, de igual modo, permitir a sua digitalização”, exortou.

Nesta ordem de ideias, Domingos Simões Pereira encorajou à Direção do jornal, no sentido de sensibilizar todos os cidadãos na posse de um arquivo sequer, à devolverem, pois, estará ajudará os pesquisadores tanto os que se encontram cá como no estrangeiro à usufruírem dessas fontes documentais.

Em relação à descriminação a que Jornal Nô Pintcha e Agência Noticiosa são submetidas pelos sucessivos governos no que se refere à afetação de meios de trabalhos em detrimento da TGB e RDN, o político respondeu, dizendo que o audiovisual é novo, razão pela qual atrai mais atenção e adesão, mas a descriminação desses órgãos estatais têm a ver com a falta de conhecimento do grande poder da imprensa escrita pelo número significativo dos guineenses.

Tradicional Oral

Para o líder do PAIGC a África continua a ser fortemente penalizada, porque ainda subsiste a predominância da tradição oral, portanto, pouca coisa é registada e isso nos penaliza, e por conseguinte contamos mal a nossa história e transmitimos mal a nossa tradição.

O político reconheceu que os guineenses aprendem muito lento, pois não se registam nada do que é falado. Todavia, é provável que grande parte das comunicações radiofónicas não tenham tradução naquilo que é escrito e desaparece muitas vezes.

Disse que todos os cidadãos, sejam políticos e dirigentes associativos, devem compreender que não há democracia e desenvolvimento se não houver comunicação social credível.

“E órgãos de comunicação social credíveis como o jornal Nô Pintcha com um historial bastante estabelecido, tem uma responsabilidade grande”, afirmou Domingos Simões Pereira.

O dirigente mostrou-se satisfeito pela forma calorosa como foi  recebido e tratado no jornal Nô Pintcha e acrescenta “ao contrário dos outros órgãos públicos orientados a participarem na luta política e isso é muito triste”, enfatizou.

“O PAIGC está impedido de sair na TGB e nos outros órgãos, porém, tais atitudes demonstram o quanto pessoas não compreendem o papel dos órgão da comunicação social”, lamentou.

Embargo da viagem

Por outro lado Domingos Simões pereira, considerou o embargo da sua viagem de “patético”, porque, segundo ele, não existe razão legal para o seu impedimento, aliás, disse que ele é um cidadão livre e não deve haver restrições aos seus direitos. A preocupação do político foi manifestada  em entrevista exclusiva ao Nô Pintcha, quando procedia uma pesquisa/consulta aos arquivos desse jornal, no dia 29 de julho último. 

Quanto ao embargo a que foi vítima, Simões Pereira admitiu que sentiu-se chocado quando foi abordado no aeroporto, porque o pessoal de segurança estava desprovido de qualquer sustento legal por escrito.

“É muito triste viver num país onde ainda há pessoas que pensam puder utilizar suas forças para fazer valer sua vontade. Por isso, para vivermos em paz e tranquilidade, precisamos respeitar mutuamente, não obstante as nossas divergências políticas”, lamentou Pereira.

Eleição do secretário de JAAC

Questionado sobre o seu eventual apoio ao secretário geral da JAAC, Dionísio Pereira, o líder dos libertadores disse que, sendo uma estrutura do PAIGC, constitui uma obrigação do presidente do partido prestar apoio a essa organização da juventude.  

Segundo ele, os estatutos da JAAC não preveem candidatura, mas sim, que os delegados ao congresso votem uma lista solidária e, a partir da qual, é eleito o conselho central, onde emerge um líder e não ao contrário.

Demonstrou que, enquanto cidadão, tem interesse em documentar-se e fundamentar as suas bases de análises, por isso, está a proceder um trabalho de investigação.

Nô Pintcha jornal Credível

“Reconheço o jornal Nô Pintcha como uma fonte credível e atualizada de informação, portanto, foi neste sentido que recorro aos arquivos desse semanário”, disse.

Questionado sobre o motivo do inoperância da revista o militante, o presidente do PAIGC respondeu que a entrave da publicação dessa revista deve-se à constância da sua edição, apesar da sua retoma em 2014 com uma qualidade e, agora, a dificuldade reside em manter essa qualidade.

“As revistas o Militante, Mulher da UDEMU e Blufu surgiram numa altura em que vivíamos o regime do partido único e isso demonstra o quanto PAIGC reconhece que era preciso separar comunicação partidária da comunicação pública (Nô Pintcha, RDN e ANG) em 1977. Nos tempos atuais, temos a obrigação de dar passos significativos”, referiu.

Considerou de desafio a possibilidade de alargar posto médico instalado na Sede do PAIGC para as regiões, isto porque fazem-se consultas médicas aos militantes e não só, de forma gratuita.

“O posto médico foi criado graças as contribuições de militantes em três fases, nomeadamente disponibilização de capital para a reabilitação do espaço, aquisição dos materiais e próprio voluntarismo do pessoal médico”, revelou o presidente do PAIGC.

A finalizar, Domingos Simões Pereira aproveitou a ocasião para falar de um projeto ambicioso que tem na manga, isto é, a construção de sedes regionais polivalentes, nomeadamente nos domínios de saúde, educação e desporto.   

Julciano Baldé

About The Author

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *