Domingos Simões Pereira acusa PGR de estar a cumprir agenda política

O Presidente do PAIGC e da coligação PAI-Terra Ranka, Domingos Simões Pereira, reagiu nesta terça-feira, dia 1, à conferência de imprensa do Procurador-Geral da República (PGR), Bacar Biai, sobre o processo conhecido como “Resgate”, ocorrido em 2015, o qual considera ter o único propósito de impedir a sua candidatura às eleições presidenciais.

“Tenho dificuldades de compreender o Procurador-Geral da República, pois, nesse processo de resgate, fui declarado como testemunha, o suspeito foi ilibado das acusações de que era alvo por falta de provas. Na altura, a própria PGR declarou publicamente que concorda com o arquivamento do contencioso”, declarou Simões Pereira.

O político disse, por outro lado, que tem ouvido muitas ameaças à sua integridade física, porém, disse estar pronto para desculpar essas intimações, considerando terem sido feitas pura e simplesmente para lhe amedrontar no campo político, não porque essas declarações não são preocupantes, pois sublinhou que o bem mais importante que tem é sua vida.

“Bacar Biai considerou de crime as instruções dadas ao então ministro das Finanças. Eu na altura, enquanto primeiro-ministro, a decisão que tomei foi política, dizendo ministro das Finanças para iniciar um processo de negociações para o alívio da dívida do setor privado. De forma oficial, no dia 1 de julho de 2015, assinei um documento que autorizou o ministro das Finanças nesse sentido e, no dia 12 de julho do mesmo ano, fui exonerado do cargo”, sublinhou o líder do PAIGC.

Lembrou ainda que, depois do contencioso judicial que deitou por terra o decreto de nomeação de Baciro Djá, o país ficou algum período sem governo e o processo de resgate foi calado e só veio à ribalta em novembro de 2015, no momento em que Carlos Correia chefiava o executivo.

“O PRG falou de somas de dinheiro e identificou cheques bancários emitidos, mas será que encontrou a minha assinatura nalgum cheque ou destinado para mim, espero que não, e nem sou assinante de nenhuma conta do tesouro público”, afirmou Domingos Simões Pereira.

Por outro lado, questionou se um único franco CFA da suposta avultada soma de dinheiro que um advogado terá recebido foi destinada para a sua conta pessoal, ou alguém terá dito que um certo montante que beneficiou era para Domingos Simões Pereira? “Se as respostas a estas questões não forem sim, então, Bacar Biai ainda não esclareceu o importante”, acrescentou.

Na sua comunicação, referiu que a PGR afirmou que os resgatados nesse processo de compra de dívida da classe empresarial, quando voltaram aos respetivos bancos encontraram novamente as suas dívidas.

Esclareceu, no entanto, que a continuidade da dívida junto aos bancos é o que se podia esperar, porque o Estado ainda não pagou, acrescentando que só seria crime se os devedores não encontrassem os seus débitos assumidos pelo governo e cujo processo de pagamento decorreria num prazo de 10 anos.

Aliu Baldé

 

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