Direção sanitária de Gabú tem falta de recursos humanos e equipamentos

Os serviços regionais de saúde de Gabú deparam-se com problemas sobretudo da insuficiência de recursos humanos e materiais em algumas áreas de atendimento.

Em entrevista ao Nô Pintcha, à margem da II ronda da campanha de vacinação contra o pólio que decorreu de 22 a 25 de Junho findo, financiado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e UNICEF, o delegado regional da saúde de Gabú, Ronízio Bathy descreveu as dificuldades com que deparam o hospital regional de Gabú, com destque aos serviços de pediatria, maternidade e ortopedia.

De acordo com ele, o hospital regional de Gabú que responde para mais de 205 mil habitantes da região (Censo de 2009) depara com problema de insuficiência de recursos humanos adicionado com movimentação constante de pessoal que acaba por afetar os serviços do hospital.

Em termos de médicos e enfermeiros, o hospital regional não dispõe de elementos suficientes apesar dos médicos nigerianos recentemente enviados para a região no âmbito da cooperação entre Guiné-Bissau e Nigéria. Mesmo assim, o hospital, segundo o diretor regional de saúde carece de recursos humanos e precisa de mais técnicos para poder fazer face às demandas dos utentes.

Todos os pacientes que não podem ser atendidos nos centros de saúde setoriais ou áreas sanitárias são encaminhados para o hospital regional que por vezes depara com problemas para atender o número acrescido de pacientes que solicitantes os seus serviços.

De acordo ainda com o diretor regional de saúde que até bem pouco tempo era o diretor do hospital de Gabu, o período da época da chuva que agora iniciou agudiza ainda mais a situação de doenças no seio da população, particularmente o paludismo, infeções respiratórias agudas, diarreia, anemia e outras ligadas aos problemas nutricionais.

As crianças e mulheres grávidas são as maiores vítimas por serem as mais vulneráveis, sublinhou o delgado regional da saúde que, pede a população para ter maior cuidado e respeitar os conselhos dos técnicos de saúde relativamente ao modo de prevenção das doenças.

Real situação

Descrevendo a situação dos serviços de genecologia obstétricas (maternidade), o delegado, sem precisar de estatísticas reais, mas falou em óbitos materno infantil que por vezes aumentam.

Contudo, disse que atualmente, os serviços de maternidade estão a funcionar mais de 95%, realizando todos os atendimento, incluindo cirurgias e outros em favor das mulheres.

Igualmente, nos serviços de pediatria também registam, segundo ele, aumento de número de pacientes e por vezes de óbitos em alguns momentos e destacou o caso da época chuvosa em que as doenças como o paludismo e diarreias aumentam ainda mais nas crianças.

Outra situação que preocupa o delegado regional de saúde tem a ver com os serviços de ortopedia que não existem na região e disse que qualquer caso de fracturação, o hospital não dispõe de aparelho de Rx e é obrigado enviar o paciente para Bissau para efeito de exames de Rx.

Em tudo, o que mais preocupa o delegado regional de saúde que, até Dezembro de 2021 era o diretor do hospital regional local, é a insuficiência de recursos humanos tanto médicos, enfermeiros assim como do pessoal auxiliar.

Os serviços nutricionais estão a funcionar em pleno e não há motivos para queixa nessa área, frisou o delegado regional da saúde.

Nesse sentido, pede ao Governo para reforçar pessoal para o hospital, tendo em conta a densidade populacional da região e o aumento das doenças no seio da população. Caso contrário, os serviços regionais da saúde não poderão atender eficazmente os utentes que procuram diariamente os serviços hospitalares.

Dívida com os contratados

Quanto aos contratados, o diretor regional disse que quando deixou as funções do diretor do hospital que assumiu durante dois anos e meio para e veio agora assumir atuais funções tinha consciência clara dos problemas que ia enfrentar, entre quais a dívida com os contratados.

Disse que mensalmente gastavam um milhão e cem mil Francos CFA para resolver o problema de subsídio aos contratados. Para solucionar esse problema, Ronízio Bathy disse que a DRS teve que fazer recurso ao empréstimo junto dos comerciantes da região para conseguiu pagar três meses de dívidas aos contratados e o resto do dinheiro adquiriram medicamentos para a farmâcia do hospital e graças ao qual, até este momento não há falta de medicamentos.

Quanto à segurança, Ronízio Bathy afirmou que quando assumiu a lideração contatou o comissário da polícia de ordem pública da região que disponibilizou há cinco meses seguranças para o hospital 24 horas, pelo que não há problema a esse nível.

O delegado enalteceu também a boa colaboração da população com os serviços hospitalares, o que o lhe deixa satisfeito e pede ainda maior colaboração.

De salientar que no quadro da II ronda da campanha de vacinação contra o pólio, os serviços regionais de saúde previam vacinar 48698 crianças de 0 aos 59 meses de idade em toda a região de Gabú. Para tal foram criadas 121 equipas de trabalho distribuídas nos diferentes setores da região que deslocaram porta a porta ao encontro dos familiares das crianças.

Djuldé Djaló

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