DG da Energia reconhece baixa taxa de acesso à eletricidade no país

A reunião técnica dos peritos da Comunidade Económica dos Estado da África Ocidental para a área de energia, que decorre em Bissau desde ontem, termina os trabalhos nesta quinta-feira, dia 23 de março, e antecede o encontro dos ministros da tutela, marcado para amanhã.

Sob organização da Comissão da CEDEAO para Infraestruturas, Energia e Digitalização e o Ministério da Energia, o encontro discutiu, durante dois dias, temas ligados à política atualizada da Energia da CEDEAO, o Código regional da eletricidade, bem como a política de hidrogénio verde da organização.

Na abertura dos trabalhos, o diretor-geral da Energia reconheceu que a Guiné-Bissau é o país da CEDEAO com a mais baixa taxa de acesso à eletricidade.

Para inverter esse paradigma, Carlos Pinho Brandão revelou que estão em curso vários projetos de construção de infraestruturas elétricas, graças ao financiamento de parceiros de desenvolvimento, como o Banco Mundial, BOAD e o BAD.

Referiu que a África, apesar de ser rica em recursos energéticos, sobretudo renováveis, a sua taxa de cobertura em eletricidade continua ainda baixa, com maior relevância para as zonas rurais.

Pinho Brandão disse que essa fragilidade energética exige uma reflexão profunda de todos com vista a encontrar, a curto e médio prazos, soluções duradouras, capazes de inverter a mesma tendência.

O diretor da Energia e Minas da CEDEAO, na sua intervenção, agradeceu os parceiros financeiros, como a União Europeia que, através do programa “Melhoramento da governança do setor da energia na África Ocidental”, permitiu à elaboração dos projetos da política da Energia e o Código regional da eletricidade.

No entanto, Dabiré Bayaornibé explicou que o projeto da política da Energia da CEDEAO é um documento ambicioso que estabelece um quadro para a transformação do setor energético, favorecendo um acesso universal à energia, segurança energética, durabilidade ambiental e o crescimento económico.    

Adiantou que, por seu lado, o projeto sobre hidrogénio verde é outro diploma essencial e que permitirá à CEDEAO capitalizar os seus vários recursos em energia renovável para a produção de hidrogénio, podendo contribuir para o melhoramento da segurança energética e a resiliência das mudanças climáticas na região.  

Entretanto, os ministros da Energia da CEDEAO vão reunir-se nesta sexta-feira, em Bissau, para a validação dos três documentos analisados pelos especialistas, nomeadamente a Política energética revista, o Código regional da eletricidade e a Política do hidrogénio verde.

Ibraima Sori Baldé

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