A degradação da estrada que liga Bissau/Bula está a acelerar a cada dia que passa, criando assim obstrução ao trânsito, quer de viaturas como de pessoas e bens, uma situação que provocou, na sexta-feira passada, dia 1 do mês em curso, a queda de um camião que transportava grande quantidade de arroz, vindo do Senegal.
O acidente aconteceu na secção de João Landim, na povoação de Nhelin, alguns quilómetros à cidade de Bula. O camião cortou a estrada, obstruindo o trânsito por completo durante todo o dia.
Perante a situação, foi logo improvisada uma via alternativa para facilitar a circulação de carros e passageiros. Para evitar grandes transtornos, os viajantes são obrigados a descer do carro para evitar o pior. Aliás, mesmo com toda essa precaução, um carro com destino à Bissau não conseguiu transitar, ficando preso ao lamaçal, e os passageiros tiveram que descer, empurrando o veículo.
Portanto, o transito naquele local leva alguns minutos, porque os carros não podem fazer ultrapassagem, estando alguns voluntários a orientar o trânsito, porque se não seria uma confusão total.
Esta situação criou uma certa aflição até revolta, apelando ao governo, no sentido de fazer uma intervenção pontual naquele troço o mais rápido possível, para facilitar a circulação de pessoas e bens.
Em conversa com Iamussa Canté, passeiro, disse que há muitos anos que aquele troço precisava de uma intervenção, mas como as autoridades nacionais não dão prioridade às infraestruturas rodoviárias, a situação piorou, chegando a esse nível de degradação.
Segundo ele, se o governo tivesse intervindo a tempo, essa situação não teria lugar. “São vários casos de acidentes que já aconteceram nesse troço, devido às péssimas condições dessa infraestrutura rodoviária”.
No mesmo dia, antes da Ponte João Landim, um camião cisterna despistou-se e foi parar na bolanha. Segundo relatos de testemunhas, o condutor estava a desviar-se dos buracos, quando saiu fora da estrada, perdendo o controlo do veículo.
Alternativas
A maior parte de estradas do país encontra-se em estado avançado de degradação, agravada pelas águas de chuva, situação que tem criado dificuldades e atraso nas viagens, provocando cansaço nas pessoas.
Como se pode constatar, quer aqui em Bissau como no interior, os jovens têm assumido iniciativas de tapar buracos com aterro ou cascalho.
Em Bissau, por exemplo, os transportes urbanos, táxis e toca-tocas, circulam com enormes dificuldades, porque não conseguem circular em várias artérias da capital, situação que, muitas vezes, tem suscitado a reação da confederação de motoristas, com ameaças de paralisação.
Já no interior do país, os jovens mobilizam-se nos trabalhos voluntários de tapar buracos nas estradas, como forma de facilitar o trânsito e, em contrapartida, pedem apoio de motoristas para recompensar o esforço empreendido.
Esta prática está a ganhar aderência quase em todas as zonas. Pelos vistos, alguns encaram esse trabalho de tapar buracos como forma de ganhar pão-de-cada-dia.
Alfredo Saminanco