Crianças das zonas rurais apresentam preocupações ao Unicef

Falta de centros de saúdes nas tabancas, casamentos precoce e forçado, escassez de escolas e jardins de infância, trabalho infantil e desigualdades entre meninas e meninos, são algumas das grandes preocupações das crianças das zonas rurais do país.

As inquietações foram hoje apresentadas ao Unicef pela Rede de Jovens Defensores dos Direitos das Crianças das Zonas Rurais, cujos membros, vindos de diferentes cantos da Guiné-Bissau, visitaram o escritório do Fundos das Nações Unidas para a Infância, em Bissau.

No leque das preocupações, apresentadas na voz de Sadia Nicolau Bedam, de apenas nove anos de idade, consta ainda a falta de alimentação, de água potável, bem como a violência e ausência de proteção (celeridade de justiça nos casos da violação dos direitos das crianças).

Sendo crianças que vivem nas zonas não urbanas, o grupo diz-se obrigado a receber menos atenção das autoridades e da sociedade. Os mais novos afirmam que tudo o que está no documento foi expressado com “dores no fundo do coração”.

Os visitantes fizeram a questão de entregar as suas preocupações, por escrito, diretamente nas mãos da representante do Unicef, a camarada Etona Ekole.

Atividades de interação

Em declarações aos jornalistas, Aminta Medina, oficial de Água, Saneamento e presidente do staff do Unicef Guiné-Bissau, manifestou-se satisfeita, tendo referido que todas as preocupações apresentadas são também suas e prioridades para a organização.

Segundo ela, o Unicef acabou de lançar novo programa de cooperação com o país (de cinco anos) e no qual esses pontos estão constantes. Por isso, disse que as crianças podem continuar a contar com a sua agência, porque conseguiram captar a essência do seu trabalho. 

Encorajou às crianças e aos jovens que, quando tiverem oportunidade, que façam ouvir as suas vozes, dizendo as suas preocupações e é isso mesmo que o Unicef quer.

Aminta Medina informou que esta é a primeira visita de género ao Unicef e espera que não seja a última. “Acredito que vamos continuar a ter essas atividades de interação com jovens e crianças, sobretudo em momentos marcantes, tais como: Dia da Criança, Dia da Criança Africana, Dia da Convenção da Criança, a data do aniversário do Unicef, entre outros”, disse, acrescentando que irão trabalhar nessa dinâmica de, também, deslocarem ao encontro dos menores e jovens nas escolas, associações para falar das atividades do Unicef.

Entretanto, as crianças das zonas rurais tiveram a oportunidade percorrer a diferentes departamentos do Unicef, tendo recebido explicações sobre o funcionamento da instituição. Houve ainda tempo de se debruçar sobre questões ligadas à educação e proteção dos menores.

Ibraima Sori Baldé

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