A comunidade libanesa residente no país doou ao governo, na terça-feira, dia 7 de abril, produtos alimentares e de limpeza contribuindo, assim, para a prevenção e combate ao novo coronavírus.
O donativo é composto por 200 sacos de arroz, 100 caixas de álcool, 55 colchões, 40 baldes com torneiras, 100 frascos de sabão líquido, 50 bidões de lixívia de 5 litros, caixas de sabão e de soro, pacotes de omo, entre outros.
Ainda no quadro da luta contra a Covid-19, o Ministério da Saúde recebeu apoios por parte da Farmácia Sónia, constituídos por 50 sacos de arroz, 600 litros de óleo vegetal e oito caixas de sumo.
Após ter recebido tais ofertas, o ministro da Saúde Publica agradeceu o gesto, tanto da comunidade libanesa, como da Farmácia Sónia, afirmando que o povo precisa de acções de solidariedade de todos e todas as doações são bem-vindas. António Deuna garantiu o bom uso do donativo, fazendo-o chegar aos seus destinatários e aproveitou para convidar outras instituições a seguir o exemplo.
O governante advertiu às pessoas a terem em conta que o problema do coronavírus já está presente na Guiné-Bissau e pediu a Deus que não haja mortes, tal como tem acontecido até então.
Por outro, apelou às populações a obedecer e a seguir todas as orientações que estão a ser recomendadas pelas autoridades nacionais e pelo Ministério da Saúde, nomeadamente: lavar sempre as mãos com sabão, desinfetar com lixívia e, para aqueles que têm possibilidades, comprar álcool de gel. “Se respeitarmos as regras, acredito que não haverá muitos problemas”, concluiu.
Por seu lado, o cônsul honorário libanês acreditado em Bissau disse que a sua comunidade sentiu-se na obrigação de ajudar o povo da Guiné-Bissau pela situação difícil que neste momento o mundo está a ser fustigado pela pandemia do novo coronavírus, que “não conhece raça, cor, religião, rico nem pobre”. Faouzi El Awar também apelou às pessoas a seguirem as orientações do governo.
O representante dos empresários do Líbano, Abdall Aziz, falou na necessidade de se solidarizar com o governo e o povo da Guiné-Bissau, trazendo esse donativo, pois as pessoas precisam de ajudas em momentos mais difíceis. Disse que vivem no país há muito tempo e consideram-se já guineenses.
Exortou às pessoas com possibilidades para que ajudem, como forma de juntar forças para combater esta doença, que é perigosa e mortal.
País continua com 36 casos
A Guiné-Bissau continua com o registo de 33 casos positivos do novo coronavírus, anunciou no dia 8 de abril o médico especialista em saúde pública e membro da Comissão Interministerial para o Combate do Coronavírus, Tumane Baldé, durante a divulgação do diário epidemiológico.
De acordo com Baldé, as análises realizadas nas últimas 24 horas no Laboratório Nacional da Saúde Pública, em Bissau, determinaram que 15 pessoas (nove do sexo masculino e seis do sexo feminino) acusaram positivo. Também três novos casos já foram identificados, sendo um em Canchungo e dois em Bissau.
O responsável admitiu que estes casos continuarão a ser seguidos nos próximos dias, dada a forma como os guineenses estão a encarar a doença.
“Todos os 33 infetados são pessoas residentes em Bissau, a maioria jovens, com idades entre 20 e os 36 anos. Também estão infetados uma criança de oito e um adulto de 59 anos”, disse, acrescentando que neste momento estão a aguardar os resultados de 36 amostras.
O médico defende, por outro lado, a descentralização dos mercados para evitar mais propagação da pandemia no país.
Ibraima Sori Baldé e Fulgêncio Mendes Borges