O Presidente da República promete para 2024 a abertura de uma representação diplomática da Guiné-Bissau em Abu Dhabi, nos Emirados Arabes Unidos, à imagem do que aconteceu na Arábia Saudita e no Catar.
A promessa de Umaro Sissoco Embaló foi ouvida na terça-feira, dia 28, durante um encontro que manteve com a comunidade guineense a viver no Dubai, à margem da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, que decorre hoje naquele país asiático.
Informou que os Emirados Árabes Unidos também estão a projetar a abertura da sua embaixada em Bissau
O Chefe de Estado reconheceu a existência de “vários problemas” com a diáspora guineense, sobretudo no que diz respeito à documentação. Foi por isso que levou uma máquina (que deverá ser instalada em Riad, capital da Arábia Saudita) para entregar ao embaixador na área para que os emigrantes possam ter as condições de tratar passaporte, sem necessidade de se deslocar para outro lugar, nomeadamente à Arábia Saudita.
Em relação a transportes para o país, Sissoco Embaló deu conta que, igualmente a partir de 2024, a Emirates, Turkish Airlines, Air France, Mauritânia Airlines e Ethiopian Airlines começam a voar para Bissau, juntando-se a outras companhias, como a TAP, a Royal Air Marrocos, a Air Côte d’Ivoire, que já fazem ligações para a Guiné-Bissau. “O aeroporto está em requalificação para permitir a ida de vários aviões”, lembrou.
Mas deixou claro que tudo isso é “resultado de estabilidade política”.
Em relação a voto eleitoral, reclamado pelos emigrantes locais, o Presidente da República reconhece que é um direito que lhes assiste, mas confessou que ainda não há possibilidades de se colocar urnas em toda a parte devido a condições financeiras, lembrando que nas últimas eleições, a Guiné-Bissau financiou cerca de 80 por cento dos custos, mediante os Impostos da Democracia.
Na sua opinião, temos que mudar a Guiné-Bissau: “Já comecei e quem vier terá que continuar ou fazer ainda melhor que eu, assim sucessivamente”.
O Chefe de Estado aconselhou aos compatriotas residentes no Dubai a não entrarem em trabalhos ilícitos, tais como o tráfico de drogas e a falsificação de documentos. “Quem entrar nesse tipo de negócios que não conte comigo, muito menos alguém que tirar vida a outra pessoa”.
O presidente da Associação dos Guineenses Residentes no Dubai pediu a presença do Estado nos lugares onde os seus filhos vivem, sobretudo na zona da Ásia.
Mando Sanhá disse que tem acompanhado as ações do Presidente Umaro Sissoco Embaló pelo mundo fora, a quem aproveitou para felicitar pelo trabalho que está a desenvolver em prol da Guiné-Bissau.
Segundo ele, a falta de uma embaixada constitui um handicap para o tratamento de documentos, nomeadamente de passaportes, sendo obrigados a deslocar a Riad para o efeito, não obstante a insuficiência de meios para tal. “Estamos aqui como órfãos”.
Foi nesse sentido que pediu ao Chefe de Estado a usar a sua magistratura de influência para a abertura de uma representação diplomática nos Emirados Árabes Unidos.
A seu ver, Umaro Sissoco Emabló está a seguir os passos do ex-Presidente Luís Cabral, na infraestruturação do país. Por isso, pediu união no seio dos guineenses e deixar guerrinhas de lado, com vista a desenvolver a Guiné-Bissau, “um país muito rico”.
Texto: Ibraima Sorí Baldé
Foto: Presidência da República