O presidente da Câmara de Comércio, Indústria, Agricultura e Serviços (CCIAS) denunciou, hoje, a criação de um cenário artificial de crise que comprometa a estratégia da sua instituição numa altura em que a classe empresarial está concentrada e empenhada no bom desenrolar da campanha de comercialização de caju.
A denúncia de Mama Samba Embaló foi ouvida em conferência de imprensa, promovida com o intuito de falar do trabalho conjunto levado a cabo entre CCIAS, Governo, Associação Nacional dos Agricultores da Guiné-Bissau (ANAG) e da Associação dos Intermediários da Guiné-Bissau (AIGB) para o sucesso da campanha de caju.
Samba Embaló acredita que os políticos vão superar suas diferenças com inteligência e bom-senso. “É neste sentido que os problemas do país devem sobrepor-se aos interesse partidários e pessoais. Por isso, convido a todos os intervenientes a enveredarem pelo diálogo construtivo e patriótico em benefício da Guiné-Bissau”, disse.
Defendeu que a classe empresarial precisa de um cenário nacional de paz, estabilidade e de unidade, como condição primária para obter uma corrente de investidores, tendo como base os critérios da garantia e de confiança.
Esse responsável demonstrou que a sua instituição vai responsabilizar partidos e políticos como autores morais e materiais de um eventual fracasso da presente campanha de caju, razão pela qual “constitui dever da CCIAS convidar todos os partidos e políticos afastarem dos atuais cenários da crise, em defesa dos superiores interesses nacionais”.
Segundo ele, a CCIAS entende que todos os políticos, partidos e demais envolvidos que se enveredam de forma ativa e irresponsável no fomento desta pseudo crise artificial, devem ser duramente sancionados nas urnas.
Aproveitou a ocasião para apelar ao Presidente da República a acionar todos os mecanismos legais que permitam ao atual Governo concentrar-se neste esforço nacional de salvar a presente campanha, tendo convidado Umaro Sissoco Embaló para usar a sua magistratura de influência no sentido de dar plenas garantias aos potenciais investidores quanto ao êxito nesta campanha.
Esforço conjunto
Por sua vez, o vice-presidente da ANAG enalteceu o esforço conjunto empreendido entre Governo, CCIAS, ANAG e AIGB, a fim de permitir que a campanha em curso seja diferente da do ano passado.
Corca Djaló pediu os agricultores a contribuírem de forma a permitir com que o preço básico de 300 francos CFA fixado seja cumprido, porque o executivo sozinho não conseguirá.
“É verdade que se regista a fome nas tabancas, mesmo assim, nós agricultores precisamos ser um bocado paciente e forte, porque, a comercialização de castanha de caju tem sua regra. Daí, constitui um imperativo que os guineenses, sem exceção, denunciem o incumprimento do preço posto pelo Governo”, chamou atenção Djaló.
Governo baixa taxas
Na sua curta intervenção, o presidente da AIGB informou que a fixação do 300 francos CFA como preço básico é resultado da decisão do Governo em baixar taxas.
De acordo com Lassana Sambu, não fica bem desrespeitar todas as recomendações do executivo relativas à comercialização da castanha de caju.
Sambu condenou o facto de alguns comerciantes estarem a trocar um saco de arroz por dois sacos da castanha de caju. “E quem for apanhado nessa prática vai ser responsabilizado conforme a lei”.
Afirmou que atitude de alguns intervenientes é desgastante, porque enquanto responsáveis não podem convencer o executivo a reduzir certas taxas, uma vez que exploram os agricultores.
Esse responsável chamou atenção aos intermediários de escoamento a não darem comissão superior a 20 francos CFA a intermediários de posto, pois, a estrutura do Governo fixou-lhes uma margem de 40 francos.
Julciano Baldé