O diretor da Pediatria do Hospital Nacional Simão Mendes disse que desde o início da época chuvosa o seu serviço tem registado um aumento progressivo de casos de paludismo.
As preocupações do Marcílio Juscelino Ribeiro Batista foram registadas no âmbito de uma entrevista exclusiva que concedeu ao Nô Pintcha, onde abordou a situação do paludismo, principal causa da mortalidade infantil no país.
Na ocasião, Juscelino Ribeiro admitiu a possibilidade de os casos virem aumentar ainda mais, tendo em conta as condições habitacionais das populações nos bairros periféricos da cidade Bissau, onde se concentram águas paradas, o que facilita a propagação dos mosquitos.
Segundo ele, esses charcos favorecem a reprodução dos mosquitos, que são vetores de transmissão da malária, através de picadas, sobretudo no período da noite.
Entretanto, Batista explanou que o serviço de internamento da Pediatria, como forma de contribuir na redução de casos de malária, decidiu colocar mosquiteiros em todas as camas dessa unidade.
Igualmente, acrescentou, a direção da Pediatria instruiu assistentes sociais, no sentido de prestarem aconselhamento às mães sobre como prevenir o paludismo, tanto em casa como fora dela.
Aquele médico esclareceu que o seu serviço conta com o apoio do programa Nacional de Luta Contra Paludismo, que fornece kits para o tratamento gratuito da malária.
“Portanto, o serviço da Pediatria dispõe de medicamentos suficientes para atender os pacientes, aliás, está minimamente preparado para dar resposta à situação da malária”, garantiu.
Por outro lado, aproveitou a ocasião para aconselhar à população a precaverem o contato com mosquitos, começando pela limpeza regular do redor das residências, e à noite usar camisas de mangas compridas, calças e meias, caso pretenda divertir antes de ir à cama.
“A minha preocupação enquanto médico visa essencialmente alertar às mães em particular, de que já estamos na época da chuva, momento em que se regista mais casos de paludismo e gripe”, sublinhou o diretor da Pediatria.
Importa referir que existem mais de cem tipos de plasmódio, mas, dentre os que infetam o homem, quatro são os mais vulgares: plasmodios vivax, falciparum, malaria e ovale.
A infeção causada por plasmódio falciparum é a forma mais perigosa de malária, e pode ser fatal sem tratamento. Aliás, é considerado o mais agressivo, pois, multiplica rapidamente na corrente sanguínea, destruindo de 2 a 25 por cento do total de hemácias (glóbulos vermelhos), provocando um quadro de anemia grave.
Julciano Baldé