A Liga Guineense dos Direitos Humanos (LGDH) e os familiares dos ex-governantes detidos no “caso 6 biliões de francos CFA”, juntos, exigem a libertação do ex-ministro das Finanças e ex-secretário de Estado do Tesouro, Suleimane Seidi e António Monteiro, respetivamente, considerando serem largamente ultrapassados os prazos legais fundamentados para a prisão destes cidadãos.
Sobre essas detenções, os familiares dos detidos, efetuaram hoje, dia 16, visita à sede da Liga Guineense dos Direitos Humanos, culminando com uma conferência de imprensa para manifestarem suas indignações face à posição do Ministério Público de manter em prisão os cidadãos Suleimane Seidi e António Monteiro.
Em declarações conjuntas aos jornalistas, o vice-presidente da LGDH, Edmar Nhaga, afirmou que todos os prazos já foram largamente ultrapassados no que concerne às detenções dos dois políticos.
Edmar Nhaga considerou que até não existiam requisitos que podiam levar à prisão preventiva de Suleimane Seidi e António Monteiro, argumentando que a prisão preventiva aplica-se quando haja perigo de fuga dos suspeitos ou de obstrução às investigações. Porém, afirmou que não havia nenhuma dessas possibilidades e lembrou que Monteiro encontrava-se no estrangeiro e logo ao souber desse caso decidiu voltar ao país para enfrentar à justiça.
“A LGDH, enquanto organização da defesa e promoção dos direitos humanos, exige a restituição da liberdade efetiva a esses cidadãos, ainda que possa ser condicionada, para que possam aguardar o posterior julgamento, porque todos nós queremos conhecer a verdade dos factos deste caso em concreto”, declarou o ativista.
Por seu turno, em nome dos familiares de Seidi e Monteiro, Raquel Pereira Borja lembrou que a referida operação de pagamento dos créditos vinha sendo feita há vários anos e nunca foi contestada por nenhum dos sucessivos governos e nem pelo atual.
“Várias destas dívidas foram parcialmente pagas ao longo dos anos e ainda liquidadas pelo atual ministro das Finanças e muitos outros pagamentos vão continuar a ser feitos no futuro”, afirma Raquel Borja, que lia uma declaração conjunta.
A concluir, a declaração dos familiares considerou que, desde o dia 30 de novembro de 2023, Suleimane Seidi e António Monteiro foram sequestrados e feitos reféns, num contexto de total diferença pelas leis básicas e os direitos fundamentais. Advertiu que responsabilizará civil e criminalmente os poderes político e judicial, pelos eventuais danos causados aos detidos na “privação arbitrária” das suas liberdades.
Aliu Baldé