A fracassada tentativa de golpe de Estado de 30 de novembro a 1 de dezembro condicionou a conclusão dos trabalhos de uma missão técnica da UEMOA, chefiada pelo comissário Mahamadou Gado, no âmbito de um Programa Especial Técnico e Financeiro de Apoio à Economia da Guiné-Bissau.
Além dos técnicos da Comissão da UEMOA, íntegra à missão o comissário guineense Serifo Jaquité, responsável pelo Departamento do Desenvolvimento Humano.
No seu primeiro contacto com a imprensa, o comissário Mahamdou Gado explicou que o objetivo da sua visita a Bissau enquadra-se no âmbito da implementação do Programa Especial Técnico e Financeiro de Apoio à Economia da Guiné-Bissau, no âmbito de um donativo da união, num valor de 50 mil milhões de FCFA, destinados a 34 projetos identificados.
No entanto, Mahamadou Gado, comissário responsável pelo Departamento da Política Económica e a Fiscalização Interna, afirmou que o apoio em causa foi aprovado na Cimeira dos Chefes de Estado da união realizada, em Bissau, no dia 9 de julho, e o último Conselho de Ministros UEMOA instruiu a comissão para acompanhar o Governo da Guiné-Bissau na sua política de desenvolvimento nacional.
Relativamente aos projetos identificados, o comissário Mahamadou Gado afirmou que o programa é multisetorial e vai cobrir áreas importantes, com destaque para a educação, saúde, pescas, infraestruturas, economia e finanças.
Por outro lado, Mahamadou Gado assegurou que o programa iniciar-se-á em 2024 e terá a duração de cinco anos, acrescentando que a UEMOA fará tudo que estiver ao seu alcance para respeitar as datas programadas.
Por sua vez, o então ministro da Economia e Finanças reconheceu que o Governo herdou todo um trabalho feito e quase concluído com a Comissão da UEMOA, que resultou na identificação de 34 projetos abrangidos neste programa especial, orçados em mais de 50 mil milhões de francos CFA.
Suleimane Seidi disse ainda que o mesmo trata-se, entre outros, de projetos para o reforço da administração e de capacidades produtivas nacionais.
Instado a pronunciar-se sobre a capacidade do Governo para a absorção do montante disponibilizado pela UEMOA, o então governante lembrou que o orçamento foi feito com base na identificação dos projetos, pelo que o executivo estará em condição de facilitar a sua implementação, embora estão ainda na fase embrionária da sua constituição para depois entrar em execução.
Importa lembrar que a missão da UEMOA reuniu-se com o chefe do Governo, para depois registar todos os projetos apresentados na Secretaria de Estado do Plano e Integração Regional, numa sessão técnica realizada no dia 30 de novembro.
Os mesmos deviam ser aprovados no dia 1 de dezembro, mas, infelizmente, a situação político-militar, provocada pela Brigada de Intervenção e Reserva, afeta à Guarda Nacional, inviabilizou os trabalhos.
Seco Baldé Vieira