O Programa Alimentar Mundial (PAM) recebeu da República da Coreia uma contribuição de ajuda alimentar de 11.520 toneladas de arroz para satisfazer às necessidades alimentares e nutricionais de emergência de 81.600 refugiados do Mali e de 287.000 crianças em idade escolar na Guiné-Bissau, Mauritânia e Serra Leoa.
Em comunicado de imprensa, o PAM indica que o referido apoio é, particularmente, crucial num contexto em que milhões de famílias lutam para satisfazer as suas necessidades alimentares e nutricionais básicas, devido aos efeitos cumulativos da crise climática, dos conflitos e da insegurança, bem como aos elevados custos de combustíveis na África Ocidental, o que tornam os alimentos inacessíveis às famílias vulneráveis.
De acordo com a análise da segurança alimentar do Quadro Harmonizado de março de 2024, 2,3 milhões de mulheres, homens e crianças enfrentam uma fome aguda na Guiné-Bissau, Mauritânia e Serra Leoa durante o período de escassez de junho a agosto.
No caso particular da Guiné-Bissau, o PAM informa que as crises económicas e climáticas estão a fazer aumentar a fome e a subnutrição, razão pela qual essa organização das Nações Unidas vai distribuir 2.400 toneladas de arroz a 180.000 crianças em 850 escolas durante quatro meses, proporcionando um apoio nutricional essencial às crianças em idade escolar.
Satisfeito com o dom, o representante do PAM no país, Claude Kakule, expressou a sua gratidão ao Governo da República da Coreia pela sua generosa doação de alimentos às crianças mais vulneráveis da Guiné-Bissau.
Segundo ele, essa contribuição é oportuna, porque veio num período de escassez de alimentos no país e de certa maneira vai aumentar as taxas de matrícula e retenção escolar no início do próximo ano letivo.
Entretanto, na Mauritânia, a contribuição coreana será utilizada para complementar a assistência alimentar geral a 81. 600 refugiados malianos no campo de refugiados de Mbera durante 11 meses, e a outra parte da contribuição será utilizada para fornecer refeições escolares a 7. 700 crianças refugiadas e 46. 800 crianças das comunidades de acolhimento durante nove meses, de outubro de 2024 a junho de 2025.
“O arroz fornecido para a resposta aos refugiados complementará a resposta baseada em dinheiro, permitindo que as famílias de refugiados mais vulneráveis recebam um cabaz alimentar completo e diversificado durante o período de escassez (junho-setembro), quando são frequentemente forçadas a recorrer a estratégias de sobrevivência adversas para fazer face às despesas”, lê-se no comunicado.
O Diretor Nacional Adjunto do PAM na Mauritânia, Patrick Teixeira, afirmou que essa generosa contribuição da República da Coreia é uma tábua de salvação para muitas pessoas duramente afetadas por múltiplas crises.
Por fim, o diretor do Ministério da Agricultura, Alimentação e Assuntos Rurais (MAFRA) da República da Coreia, Yongho Jung, disse estar satisfeito por, este ano, o seu país conseguir dar assistência em arroz, pela primeira vez, aos países da África Ocidental.
Alfredo Saminanco