O Ministério da Saúde Pública e o Fundo das Nações para a População procederam, hoje, dia 21 de setembro, ao lançamento da campanha de cirurgia contra a fístula obstétrica, que decorre de 19 a 30 do corrente mês, prevendo-se operar cerca 30 mulheres.
Em representação do ministro da Saúde Pública, o ato foi presidido pela secretária de Estado da Gestão Hospitalar que, na ocasião disse que a fístula obstétrica é uma das consequências da desigualdade do género, da pobreza e um dos resultados da debilidade dos serviços sanitáios, casamento e gravidez precoces, bem como.
Para Maria de Fátima Vieira, a falta de informação é fator de aumento dessa doença na Guiné-Bissau, pelo que é importante que sejam conjugados e intensificados os esforços na sensibilização sobre a mesma.
A representante do Fundo das Nações para a População, Jocelyn Fenard, indicou que além de contribuir para o restabelecimento da integridade física e da dignidade de 30 mulheres que serão operadas nos próximos dias, a campanha responde aos compromissos do país para reduzir as causas de morbilidade e mortes maternas evitáveis, até 2030.
Segundo Fenard, de acordo com o método de cálculo proposto pela Universidade John Hopkins, a incidência de fístula obstétrica na Guiné-Bissau seria de 64 casos por ano. Em 42 mulheres que receberem atendimento médico, desde 2009, mais de 347 delas foram operadas em rotina e nas diversas campanhas, sendo grande parte recebeu apoio financeiro para realizar atividades geradoras de rendimento.
Fez saber que a questão da fístula é complexa, porque vai além de simples atendimento médico durante as campanhas anuais. “Trata-se, sobretudo, de questões relacionadas com qualidade dos cuidados maternos e não médicas e mais fundamentais de direitos humanos, igualdade de género, violência de género e gravidez precoce”.
Para essa responsável, a assistência médica faz parte da resposta à crise da fístula obstétrica. A prevenção, em particular de uma informação às comunidades, a mudança de comportamento sociais e o reforço dos cuidados primários de saúde e comunitários são as verdadeiras chaves do sucesso, para que juntos possamos alcançar zero novos casos da doença na Guiné-Bissau.
Por seu turno, o diretor-geral do Hospital Simão Mendes Sílvio Coelho, disse que constitui motivo de alegria ter a oportunidade de, mais vez, poder sediar esse ato de extrema importância, porque vai permitir aos profissionais nacionais e estrangeiros auxiliar no tratamento dessa condição que é fístula obstétrica, que é muito estigmatizante para as mulheres.
Adelina Pereira de Barros