O Governo fixou o preço básico de referência da castanha de caju em 375 francos CFA por cada quilo nas mãos de produtores, anunciou o ministro do Comércio, António Artur Sanhá, no princípio da tarde de terça-feira, dia 28 do mês em curso.
A cerimónia contou com a presença da Associação Nacional de Agricultores, de Intermediários de Negócios, Agência Nacional de Caju e entre outros intervenientes na fileira. De salientar que não estiveram presentes a Câmara de Comércio, Indústria, Agricultura e Serviços, assim como a Associação de Importadores e Exportadores.
Em conferência de imprensa, o ministro disse que a fixação do preço de referência em 375 francos CFA o quilo está associada à oscilação do mesmo no mercado internacional, havendo outras evidências como a capacidade financeira da classe empresarial nacional, assim como outros fatores que influem nos impostos, taxas, logística, armazenamento.
Segundo Artur Sanhá, o preço é justo e equilibrado, de modo que se enquadra nos condicionalismos da presente conjuntura mundial. “É bom sublinhar que o esforço do Governo não ficarão por aqui, porque o Presidente da República deu orientações ao executivo para fazer diligências necessárias de forma a conseguir uma saída económica e financeira a fim de viabilizar e salvar a campanha de comercialização da castanha de caju deste ano.
Informou que, mesmo com o anúncio do preço deste produto estratégico, ainda não foi aberta a campanha oficialmente devido à prorrogação do estado de emergência e que, por isso, avisou aos comerciantes que, neste momento, o Ministério não está a emitir alvarás. Portanto, todo o indivíduo que for apanhado pagará por essa infração.
Também não vai ser tolarado que haja pessoas a levar arroz que tenha expirado o prazo de consumo humano para os camponeses. “Neste momento temos denúncias de alguns comerciantes que já levaram arroz deste tipo para o campo. Se estas pessoas forem denunciadas, serão imediatamente conduzidas para o calabouço”, avisou.
Para isso pediu a colaboração de todos os intervenientes na fileira de caju, isto para que a presente campanha decorra com normalidade, onde todos sairão a ganhar.
Por sua vez, o presidente da Associação Nacional de Agricultores, Jaime Boles Gomes, congratulou-se com o anúncio de preço básico, mas pediu ao Governo para que crie condições a fim de que cada produtor possa vender a sua castanha.
Aconselhou os seus associados para que, neste exato momento, vendam a sua castanha ao preço que considerarem mais justo em relação ao estabelecido oficialmente, se isso lhes permitir garantir o sustento da família durante este período de quarentena. Ele entende que depois de tudo terminar, talvez o preço possa vir a subir.
Pediu ao Ministério do Comércio para redobrar as ações de fiscalização, como forma de fazer respeitar o cumprimento do preço na prática. Também pediu ao Governo que agilize o mais rápido possível a mobilização de fundos a serem colocados à disposição da comissão de salvação da campanha para que esta possa, de facto, trabalhar.
Texto e fotos: Alfredo Saminanco