Bissau dispõe de novo centro comercial com três pisos

O país dispõe a partir hoje, 26 de dezembro, do primeiro centro comercial de três pisos, uma infraestrutura orçada em cerca de quatro biliões de francos CFA e se situa no espaço onde funcionava o Mercado Central de Bissau.

O Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, presidiu a cerimónia da inauguração do edifício, que albergava cerca de 480 feirantes e passa agora a acolher 360 lugares para a venda, compostos entre lojas e cacifos.

O Chefe Estado teceu duras críticas à Câmara Municipal de Bissau (CMB) enquanto responsável pela higiene e saneamento básico da cidade. “A nossa capital nunca ficou tão suja como ela é neste momento. Nesta altura Bissau é das cidades menos limpas da nossa costa oeste africana. Isto não pode continuar assim, as pessoas têm que ter cultura de dizer isto eu não sei fazer”.

Sobre a dívida de cerca de quatro biliões de francos CFA, contraída no Banco da África Ocidental (BAO) para a construção do edifício comercial, Sissoco Embaló afirmou que serão as receitas do próprio centro comercial a liquidar essa dívida. Por isso, exigiu responsabilidade à empresa gestora um serviço de qualidade.

Nas ruas da capital, o Presidente da República instruiu ao ministro do Interior e da Ordem Pública, bem como polícias municipais a não permitirem “comes e bebes”, ou seja, bares improvisados nas artérias.

Prioridade aos antigos ocupantes


Por seu turno, o presidente da Câmara Municipal de Bissau, Fernando Mendes, disse que a sujidade que se verifica neste momento na capital tem a ver com a quadra festiva.

“A capital recebeu muita gente que veio das regiões para passar o Natal e entrada do novo ano em Bissau, fazendo acumular cerca de um milhão de habitantes em que cada um é estimado poder produzir diariamente, no minimo, 500 gramas de lixo”, estimou.

Para a gestão durável desse centro comercial, o Governo lançou um concurso público internacional, o qual foi ganho pela empresa “Diallo Petro Services Sarl”, da vizinha República da Guiné-Conacri.

Segundo Fernando Mendes, conforme o contrato feito, a referida empresa passa a assumir a responsabilidade de restituir o crédito concedido pelo BAO.

“Os antigos ocupantes do mercado requalificado vão ser prioritários na distribuição dos lugares” garantiu Fernando Mendes.

Conforme os cálculos feitos, a empresa gestora deverá pagar o banco durante 30 anos.

Importa referir que o mercado ficou inativo durante 16 anos. Foi construído na época colonial e ficou danificado pelo conflito político-militar de 1998, tendo sido reabilitado um ano depois e novamente destruído por completo, desta vez por um incêndio em 2006.

Aliu Baldé

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