O Banco Mundial, através da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, entregou hoje, 3 de novembro, duas vedetas ao Ministério da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, com o objetivo de facilitar os trabalhos da instituição junto aos agricultores das ilhas.
A cerimónia da entrega teve como lema “Juntos para o desenvolvimento da Região do Bolama”
Em representação do Chefe do Governo, o ministro da Presidência do Conselho de Ministros e Assuntos Parlamentares, Domingos Quadé, presidiu ao ato, tendo aplaudido o Banco Mundial pelo financiamento, enquadrado no Projeto de Urgência para a Segurança Alimentar (PUSA), e à FAO, entidade responsável pela implementação do mesmo projeto.
De acordo com o Quadé, a entrega destas duas embarcações constitui um marco importante na consolidação da relação entre o Governo e os parceiros de desenvolvimento, em especial os organismos do Sistema das Nações Unidas na Guiné-Bissau.
“Por isso, fazemos um apelo sincero ao Ministério da Agricultura e aos seus técnicos para gerirem e fizerem tudo para manterem operacionais essas embarcações e também as viaturas doadas anteriormente para a gestão agrícola na parte continental”, apelou.
Advertiu que as duas vedetas não serão utilizadas para fins políticos porque “vão servir unicamente interesses dos técnicos e da população local”.
Viragem de página
Por seu turno, o ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural, Mamadu Saliu Lamba, disse que o dia marca a viragem em tudo o que diz respeito a agricultura na Guiné-Bissau.
Afirmou que as ilhas deparam-se com o isolamento, as carreiras regulares dos navios só vão a Bubaque e Bolama, o que significa que o resto de mais de 80 ilhas fica ainda mais isolado, sobretudo na época da campanha da lavoura.
Saliu Lamba referiu que nas épocas chuvosas os técnicos enfrentam enormes obstáculos para lá chegar, mas com esta oferta vai ser possível reduzir as dificuldades nas ilhas.
Melhorar mobilidades
Em representação do Banco Mundial, entidade financiadora, Maria Rua Lopez, disse que é de extrema importância para o Ministério da Agricultura poder prestar apoio aos agricultores nas ilhas dos Bijagós, contribuindo assim para reduzir a insegurança alimentar que é o objetivo principal do PUSA.
O projeto, segundo ela, foi lançado em 2020 em plena pandemia da Covid-19 e concebido para ajudar a Guiné-Bissau a mitigar os impactos da pandemia, promovendo o aumento de colheitas alimentares e facilitar o acesso a essas colheitas por parte de famílias em situação de insegurança alimentar.
Segundo Maria Lopez, o projeto já beneficiou mais de 400 mil pessoas e os resultados positivos foram possível graças a estreita cooperação entre o Governo, o Banco Mundial e a FAO.
Frisou que a entrega dos dois barcos, há muito esperado, irá melhorar a mobilidade entre as ilhas e permitir que os funcionários do Ministério da Agricultura possam prestar apoio aos pequenos camponeses que habitam nas zonas remotas do Arquipélago dos Bijagós.
Lopez recomenda ao Ministério de Agricultura e Desenvolvimento Rural a adoção de medidas necessárias para maximizar o impacto das duas embarcações.
Envolvimento de todos
O representante Residente FAO, Mohamed Hama Garba, disse que durante a sua viagem efetuada às ilhas, encontrou uma população ativa e disponível para trabalhar em todos os domínios, mas sem apoio, razão pela contactou outras agências das Nações Unidas e dai, nasceu o PUSA.
Segundo Garba, o desenvolvimento de qualquer país não deve ser feito só com um grupo de pessoas, mas sim todo mundo deve participar, tanto os homens quanto as mulheres.
Os dois barcos ora entregados são batizados com os nomes dos falecidos Combatentes da Liberdade Pátria “Armando Ramos da Silva” e “Comandante Umaro Djaló”, respetivamente. Cada embarcação tem capacidade para transportar 10 pessoas.
Adelina Pereira de Barros