Balança de pagamentos de 2014

País registou um excedente de 3,1 biliões de francos

O ministro da Economia e Finanças disse que o país registou uma melhoria nas transações económicas e financeiras em 2014, tendo assinalado um excedente de 3,1 biliões de francos CFA contra um défice de 25,9 mil milhões em 2013.

Henrique Horta dos Santos apresentou estes dados na cerimónia de divulgação da balança de pagamento (BP) referente ao ano 2014. Durante o mesmo período, adiantou, o excedente da balança de capital atingiu 27,4 biliões de francos contra 15,8 mil milhões do ano anterior, tendo o saldo da conta financeira revelado uma melhoria de 23,7 biliões, resultante do aumento da posição externa líquida em 76,2 biliões contra 10,7 biliões, registada em 2013.

Contudo, o ministro, que é também presidente do Comité da Balança de Pagamentos, fez saber que persistem desequilíbrios internos e externos devido à fraca diversificação das exportações e um elevado nível de importações, o que traduz uma forte dependência do país a apoios externos.

No que respeita a estratégias para colocar a Guiné-Bissau no caminho de um “crescimento económico forte e sustentável”, Henrique Horta lembrou que o Governo definiu e aprovou um plano para o período 2015-2025, que se alavanca em três principais pilares, documento esse apresentado na mesa- redonda em Bruxelas: o aumento de investimentos em infraestruturas, a industrialização e o desenvolvimento urbano.

Nesse sentido, disse que o Executivo está a trabalhar com vista à obtenção dos 1,5 biliões de dólares prometidos pelos parceiros naquele encontro, a fim de permitir ao país aumentar o stock do seu capital.

Por outro lado, Henrique Horta indicou que as orientações políticas para 2016 têm como objetivo assegurar que o crescimento económico se situe em 4,9 por cento e que o saldo da BP se mantenha positivo, traduzindo o reforço das reservas cambiais.

 

Diversificação das exportações

 

O diretor nacional do Banco Central dos Estados da África Ocidental (BCEAO), na sua intervenção, explicou que os avanços registados em 2014 são fruto dos resultados de rendimentos primários e secundários, essencialmente pelas transferências de trabalhos sazonais e aos apoios recebidos dos doadores, no quadro da organização das eleições presidenciais e legislativas.

João Alage Mamadu Fadia esclareceu que as liquidações de bens de serviços degradaram-se devido ao aumento das importações em detrimento das exportações.

Segundo João Fadia, a realização das eleições, aliada ao aumento do preço médio da exportação da castanha de caju, que se fixou em 1.300 dólares/tonelada contra mil dólares em 2014, assim como o volume exportado na ordem de 171.034,1 toneladas contra 138.550,3 toneladas em 2014 contribuíram, consideravelmente, para a melhoria do saldo da balança de transações corrente.

Fadia anunciou que, em 2016, o preço médio a exportar está estimado em 1.400 dólares por tonelada e, com base no volume registado ao que se exportou até à presente data, prevê-se que a quantidade a processar possa atingir ao do ano anterior ou, até, exceder essa cifra.

Recomendou a diversificação das exportações e a transformação dos produtos nacionais, o que pode melhorar a produtividade. Deixou, também, a garantia de que o BCEAO continuará a ser um “aliado indefetível do Governo no processo da consolidação da atividade económica.

 

Ibraima Sori Baldé

 

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