O secretário executivo do Centro de Promoção e Desenvolvimento da Avicultura Familiar (CEDAVES), Alfredo Cá, disse que quer tornar-se primeiro homem rico da Guiné-Bissau, com dinheiro proveniente dessa atividade.
O centro tem neste momento cerca de 12.000 galinhas que produzem cerca de 3.000 ovos por dia e 750 pintainhos por semana e estimou que a produção local de ovos ainda situa em apenas 3 por cento, os restantes 97 são importados.
Segundo a previsão do CEDAVES, dentro de dois meses a capacidade de produção de ovos subirá de 3.000 para 9.000, e perspetivou que daqui a 10 anos os guineenses estarão a consumir frangos e ovos localmente produzidos sem necessidade importar esses produtos.
Apesar desses dados estimulantes, o avicultor disse que o país só pode deixar de depender da importação de frangos e ovos daqui a 10 anos, ou seja, quando tem a capacidade de produzir diariamente 100 mil tabuleiros de ovos.
Em entrevista ao Nô Pintcha, Alfredo Cá fez apelo ao Presidente da República e ao Governo no sentido de incentivarem a política de produção da avicultura no país, podendo tirar o povo da grave desnutrição familiar a que se encontra, devido as fracas condições económicas e financeiras com que se depara.
“Eu quero alertar as nossas autoridades políticas de que é possível reduzir drasticamente a nossa dependência dos produtos importados, desde que acreditemos nas nossas potencialidades económicas associadas ao rico solo e o clima bastante favorável”, assegurou.
Validade do ovo e frango para consumo
“O ovo e frango têm apenas 35 dias válidos para o consumo humano. No caso frango, normalmente, esse produto sai do frigorífico para o mercado e não volta, mesmo que não for comprado, mas na nossa realidade consumimos frangos que circulam por um período entre seis a 12 meses, prejudicial à saúde humana”, revelou.
Considerou o ovo um alimento tão útil e necessário para o corpo humano, porém, avisou que o produto é tão perigo já na sua fase de inutilidade. Aconselhou seu o consumo tanto quanto ainda fresco.
Disse que há uma empresa que importa quatro contentores de ovos, por mês, o que gera cerca de 110 milhões de francos CFA, acrescentou, “se o país tivesse uma empresa com essa capacidade o principal beneficiário seria diretamente o consumidor, porque teria um custo relativamente baixo do atual no mercado”.
O criador disse que existe enorme diferença entre frangos importados com as galinhas criadas no CEDAVES. Afirmou que 97,5% da comida de galinha no seu centro são produtos puramente naturais, os 2,5% constituem os complementos vitamínicos e minerais enquanto os frangos importados o processo é contrário, ou seja, é usado mais adubos químicos.
Para o criador, é preciso que os guineenses saiam da simples lógica criar galinhas em casa, pois, exercício dessa atividade requer um conhecimento técnico-científico mas com rendimento muito mais do que habituado.
Outras vantagens citadas é que: “fica mais barato comprar um ovo do que meio quilo de carne ou uma galinha custa menos que uma cabra, e mais, galinha faz parte das proteínas brancas do que os doentes necessitam”.
O CEDAVES tem neste momento 25 trabalhadores, dos quais, apenas um técnico veterinário estrangeiro, de nacionalidade maliana.
Aliu Baldé