O trabalho desenvolvido pelos Agentes de Saúde Comunitária (ASC) junto das populações é enaltecido pelas autoridades sanitárias e administrativa e a populares do setor de Catió. O trabalho desses jovens voluntários consiste na sensibilização das pessoas sobre a prevenção das doenças infeciosa, em particular, a Covid-19 e Ébola.
Assim, o Unicef juntamente com a ONG Nadel e o Gabinete de Comunicação e Multimédia desencadearam uma campanha de sensibilização sobre medidas de prevenções contra a Ébola em diferentes zonas consideradas de riscos.
O repórter do Nô Pintcha esteve dois dias (21 e 22 de agosto) no setor de Catió, em contacto com as autoridades regionais, nomeadamente o governador interino, delegado Regional de Saúde, administrador do Hospital Regional de Catió, responsável do ASC e um cidadão da quela área.
Em entrevista por via telefone, o delegado Regional de Saúde da Região de Tombali lembrou que no passado mês de março houve uma formação destinada aos agentes de saúdes comunitárias, autoridade sanitária regional, Guarda Nacional, promovida pela Organização Internacional de Migração (OIM), Organização Mundial de Saúde (OMS) e Alto Comissariado para Covid-19, sobre medidas preventivas das doenças transmissíveis, com destaque para Ébola e Covid-19.
Ernesto Lopes Có afirmou que aqueles os agentes da ASC estão muito empenhados na divulgação de mensagens junto das populações sobre a existência e propagação das doenças infectocontagiosas, que devem ser evitadas e outras medidas de prevenção, tais como, a proibição das cerimónias e rituais relacionados com o toca-choro, aglomeração das pessoas no momento do funerais, contacto direto com os cadáveres, promoção de lavagem das mãos frequente com água corrente e sabão, distanciamento social, uso correto de máscaras e evitar as aglomerações nas bancadas.
Aqueles voluntários trabalham para o reforço das medidas de prevenção nos pontos da entrada nas linhas fronteiriças com a República da Guiné-Conacri, a testaram a temperatura das pessoas.
Relativamente a colaboração das pessoas com as instituições do Estado o responsável de saúde da Região de Tombali, afirmou que todas as instituições estão de mãos dadas com aqueles jovens voluntários.
Segundo Lopes Có, aqueles agentes estão a fazer um bom trabalho junto das comunidades sobre a prevenção das doenças transmissíveis, principalmente a Ébola e Covid-19, onde as populações estão a cumprir com as medidas anunciadas pelas autoridades sanitárias do país.
“Os agentes de saúde comunitária têm um papel importante na disseminação de informação junto das populações, porque antes da implementação do Programa PIMI-1 e 2, havia alta taxa de mortalidade materna infantil”, disse.
Segundo ele, depois da entrada destes PIMI, com a atuação desses agentes, começaram as suas sensibilizações nas tabancas e evacuação dos doentes graves, assim, também, tratamento dos doentes com pneumonia simples, diarreia, através dos treinamentos recebidos dos técnicos de saúde, para atender essas três patologia simples.
Ernesto Lopes Có explicou ainda que, além disso, as visitas que aqueles agentes fazem junto dos agregados familiares na comunidade, evacuação dos doentes de tabanca para o centro de saúde, levou a diminuição drástica da taxa de mortalidade materna infantil a nível do país.
Saúde na região de Tombali
Para o governador interino da Região de Tombali, a saúde melhorou bastante, graças aos trabalhos desenvolvidos pelos agentes de saúde comunitária junto das populações e, de igual modo, a administração do Hospital Regional de Catió (Musna Sambu), conseguiu instalar novos equipamentos que detetam rapidamente as doenças e os técnicos daquele hospital estão a altura de responder às demandas das populações.
Pequeno Nanfat disse o que viu dos trabalhos dos agentes de saúde comunitária em todas as seções que da Região de Tombali é formidável. “Toda a população está satisfeita com os trabalhos destes jovens, que sempre estão com vontade de ir ao terreno para sensibilizar as pessoas sobre a prevenção contra vírus de Ébola, Covid-19 e outras doenças transmissíveis”, disse Nanfat.
Ibraima Baldé, cidadão nacional de 55 anos de idade, disse que depois de tomar conhecimento da existência dos vírus ébola na República da Guiné Conacri e a Covid-19 no país, as autoridades sanitárias locais e o grupo dos agentes de saúde comunitária diligenciaram rapidamente a sensibilizar as pessoas para acautelar com aquela doença.
Por outro lado, a Guarda Nacional começou a controlar os citadinos no sentido de usarem as máscaras corretamente e desmantelar a aglomeração das pessoas, quer nas cerimónias tradicionais e grupos de jovens nas bancadas.
Esse cidadão aproveitou a ocasião para apelar às autoridades no sentido de dar maior atenção ao Hospital de Catió, contudo, a administração daquele centro hospitalar está a criar várias inovações a bem dos pacientes, mas disse não ser suficiente.
Sensibilizar as populações
O responsável máximo dos supervisores dos agentes de Saúde Comunitária na Região de Tombali, Ussumane Só, disse que desde que tomaram conhecimento da existência do vírus de Ébola na Guiné-Conacri, a equipa dos ASC, começou imediatamente a passar as mensagens às populações, no sentido de as manter informadas.
Ussumane Só explicou que a doença de Ébola não é uma coisa nova ou estranha para as pessoas da Região de Tombali, porque alguns anos atrás, esse vírus abalou o país vizinho.
“A equipa de jovens dos ASC tem deslocado junto das populações, no sentido de apelar essas comunidades quando sentirem diferença no seu estado de saúde, que dirijam imediatamente ao posto de saúde mais próximo, ou seja, que comunique os técnicos de saúde para serem tratados”, disse.
Informou que a equipa dos ASC está com olhos atentos em Cacine, porque é zona mais próxima da Guiné-Conacri e, muitas vezes, é por ali que as pessoas entram e saem.
Hospital de Catió em obras
O Hospital Regional de Catió, que cobre cinco setores, Catió, Bedanda (Cubucaré), Cacine (Quitafine), Komo e Quebo (Forea), num total de 123.730 habitantes, encontra-se neste momento, em requalificações, em termos de ampliações de seções de serviços, aquisição de novos aparelhos de diagnósticos aos doentes. Instalação de furo próprio de água potável, construção de duas novas casas de banhos, reparação de crematório (incineradora de lixos), com o fundo do próprio hospital, gerido pelo administrador Fodé Bacar Jau.
A nossa reportagem constatou que o hospital conta com 58 técnicos que são distribuídos em diferentes enfermarias, nomeadamente, Maternidade, Pediatria, Banco de urgência, Laboratório, tratamento Antro víreis (VH/Sida), Programa Avançado de Vacinação (PAV), Farmácia, seção de RX e outros.
Igualmente, a Direção do Hospital e a Delegacia Regional de Saúde, está a construir um Centro Materno Infantil de raiz, que se encontra na fase de conclusão.
Em declarações, o delegado Regional de Saúde da Região de Tombali, Ernesto Lopes Có, aplaudiu os trabalhos realizados no Hospital pela equipa que se encontra naquela unidade hospitalar. “Imagine o hospital de Catió, que atende quase toda a Província Sul, sem um centro materno infantil independente e este caso foi atendido dentro daquele hospital de uma forma “atípica”.
“Nessa base reunimos com todos os profissionais de saúde a nível regional que há necessidade de construir um novo centro materno infantil de raiz, que vai passar a funcionar longe do edifício do hospital, com intuito de evitar as contaminações das grávidas e crianças”.
O delegado deu exemplo de que uma grávida quando vier ao hospital para controlo normal poderá ser infetada com uma outra doença e, igual modo, uma criança de dez anos para ir tomar a sua vacina, poderá acontecer o mesmo risco”, explicou.
Ernesto Lopes Có afirmou que a obra de construção do novo centro já está na fase avançada e falta somente a cobertura, teto, reboco e a pintura, para sua inauguração, “mas é preciso uma mãozinha da parte das pessoas de boa vontade”.
Disse que, com o funcionamento do novo centro materno infantil, poderá diminuir o encargo do hospital Musna Sambu que ficará somente com os tratamentos de casos graves e consulta dos adultos.
Projeto viável
O administrador do Hospital Regional de Catió, Fodé Bacar Jau, explicou que a dimensão do centro, que tem por missão dar resposta a toda Região de Tombali, com a população estimada em 123.730 habitantes, tem que estar munido de bons equipamentos clínicos e administrativo.
Aquele responsável disse que para fazer com que o hospital consiga prestar um serviço adequado para os pacientes da zona, elaborou um Projeto com 13 pontos, denominado “Um Futuro Viável para Região de Tombali”, com o objetivo de diminuir o sofrimento das populações na comunidade regional e garantir um bom funcionamento dos serviços administrativos e clinico, além de proporcionar higiene e saneamento hospitalar (água, latrina incineradora).
O administrador explicou que a direção optou para construir um novo furo de água, porque um hospital não pode funcionar sem este líquido, “si estamos a lutar contra as infeções, somos obrigados a abandonar a canalização do Estado, porque muitas das vezes aquela água não é apropriada para o consumo humano e muito menos para um hospital.
“Por isso, construímos o nosso próprio furo que funciona através do sistema solar, com o apoio do Instituto Marques de Vales de Flores, na base do nosso projeto”.
No que toca à construção de duas casas de banhos, Jau disse que muitas das vezes a antiga casa de banho, é utilizada em más condições pelos próprios pacientes, razão pela qual, optamos para construir outras de uma forma mais modernizada e com menos riscos.
Quanto ao reparação do edifício da incineradora dos lixos, o administrador do hospital explicou que a cobertura do edifício estava num estado avançado de degradação, com o apoio do deputado Selo Djaló, que deu uma mãozinha a direção do hospital, para reforçar o seu fundo, concretizando assim o projeto de reabilitação daquela incineradora e que hoje se queima o lixo sem pôr em causa o ambiente.
Aproveitou a ocasião para lançar um vibrante apelo ao Governo central e pessoas de boa vontade, no sentido de acreditarem este projeto a bem da população que procura o hospital, pelo menos, na construção de uma garagem de viaturas; aquisição de uma ambulância para evacuação de doentes; pintura de muros e construção de passeio à volta do hospital.
A construção de uma nova sala de conferência; novo armazém, assim como a construção de um edifício para a residência dos técnicos de saúde.
Fodé Jau prometeu que, enquanto profissional de saúde e ao mesmo tempo jovem, vai dar o seu máximo em prol da melhoria do Hospital Regional de Catió a bem da população.
Postos médicos
Ernesto Lopes Có lembrou que quando chegou a Região de Tombali, conjuntamente com a equipa técnica de saúde e em colaboração com a população, decidiram fazer com que os centros de saúde da região, como o Posto Sanitário de Mampata-Forea, que estava completamente danificado há mais de 30 anos, assim como de Cadique-Yalá, todos foram reabilitados e reinaugurados, e agora funcionam em plenas condições. Aquele responsável lembrou ainda do centro de Catungo, que estava totalmente degradado há muitos anos, por motivo das forte chuvas e, neste momento, está em curso a sua reabilitação, graça a boa colaboração da população com as autoridades locais.
Texto e fotos: Fulgêncio Mendes Borges