Todos pelo diálogo e entendimento
O Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, convocou na última quarta-feira, dia 29 de abril, os partidos representados no parlamento, nomeadamente o PAIGC, Madem G-15, PRS,
APU-PDGB e PND para analisar a situação política vigente no país. À saída de audiências separadas, todos, com exceção da União para a Mudança que esteve ausente, manifestaram total abertura para um diálogo inclusivo de forma a encontrar o entendimento.
Em representação do PAIGC, a segunda vice-presidente desta formação, Maria Odete Costa Semedo, disse que foram informados pelo Presidente da República de que está disponível a colaborar e a trabalhar com todos os partidos políticos, facto que os libertadores receberam de braços abertos.
Acrescentou, ainda, que o interesse do partido de Cabral é fazer parte da solução dos problemas da Guiné-Bissau. Nesta senda, lembraram ao Primeiro Magistrado da Nação que foi ao PAIGC que o povo atribuiu vitória nas eleições legislativas. Como tal, já havia um governo formado, com programa aprovado na ANP por maioria de deputados, na base do acordo de incidência parlamentar.
“Nós vamos participar na busca da dissolução para a governabilidade, atendendo que a CEDEAO, para além de reconhecer o general Umaro Sissoco Embaló como Presidente da República, também faz menção no ponto 7 do mesmo comunicado que existe um vencedor das eleições legislativas e que recomendou que se forme um novo governo até o dia 22 de maio próximo. De acordo com os resultados dessas eleições, o PAIGC espera que lhe seja dada a oportunidade de formar governo”, esclareceu.
Madem G-15 defende convergência
Por sua vez, o coordenador do Movimento para Alternância Democrática, Braima Camará, disse que participaram sempre em todos os encontros para os quais foram convocados, manifestando espírito de diálogo e com vista a encontrar soluções consensuais para os problemas políticos do país.
Na sua ótica, os filhos da Guiné-Bissau têm a responsabilidade de construir esta pátria de Amílcar Cabral, porque são eles que libertaram o país do jugo colonial e, portanto, são os mesmos que devem participar no seu desenvolvimento. Mas disse que isto só pode acontecer se, de facto, todos estiverem de acordo e se sentem à mesma mesa, tal como fez o seu movimento aquando das eleições legislativas ao aceitar os resultados publicados.
Braima Camará disse que não lhe passava pela cabeça que as eleições presidenciais viessem a ter este desfecho e aproveita este momento para felicitar o Presidente da República, como se costuma dizer, mais vale tarde do que nunca. “Hoje, todos os Chefes de Estados e organizações internacionais felicitaram e foi com muito orgulho que ouvimos as mensagens. Perante esta situação, reafirmam total disponibilidade em colaborar na busca de soluções.” O líder da segunda força política disse que após a destituição do governo do PAIGC pelo Chefe de Estado, devia ser o seu movimento a indicar o nome do novo primeiro-ministro mas, para salvaguardar a estabilidade do país, abdicaram do posto a favor da APU, que é apenas a quarta força no parlamento.
Jorge Malu um dos vice-presidentes dos renovadores disse que abordaram com Sissoco Embaló assuntos ligados ao último comunicado da CEDEAO e sobre a atual situação política do país.
Em resposta a este assunto, Malu assegurou que o PRS reiterou ao Chefe de Estado a fidelidade e confiança no acordo de incidência parlamentar assinado entre os três partidos representados na ANP. Portanto, o partido vai respeitar, eventualmente, aquilo que venha ser a decisão constitucional do Presidente da República.
O vice-presidente do partido de Koumba Yala disse que nenhum partido tem a maioria para governar sozinho, portanto, tudo vai ser na base de coligação.
Questionado se o Presidente da República vai cumprir com o comunicado da CEDEAO, Jorge Malu disse que Sissoco Embaló faz parte da organização e, naturalmente, vai cumprir com aquilo que está no comunicado, respeitando sempre as leis da República.
APU-PDGB
Jorge Mandinga, um dos dirigentes desta formação, disse que no dia 12 de março de 2019, depois das legislativas, assinou um acordo de incidência parlamentar com o PAIGC e, no dia 8 de março, a comissão política da APU-PDGB decidiu, primeiro, reativar o anterior acordo e mandatou o presidente do partido para assinar um outro acordo com o PRS e Madem G-15.
Segundo este responsável, mostraram ao Chefe de Estado que o artigo 4.º da Constituição da República é exercida pelos partidos políticos, tendo assegurado que vão continuar a respeitar o acordo assinado com estas duas formações políticas que sustentam o Governo liderado por Nuno Gomes Nabiam.
PND
Por último, segundo o vice-presidente deste partido, Abas Djaló, em declarações à imprensa informou que aconselharam o Presidente no sentido de criar todas as condições para que haja estabilidade política no país.
Para isso, pediram a Umaro Sissoco Embaló para que mantenha o espírito de diálogo de forma a criar condições em conjunto sobre a governabilidade. E disse que o primeiro magistrado prometeu trabalhar para isso.
Texto e fotos: Alfredo Saminanco