A Confederação das Associações das Mulheres na Atividade Económica da Guiné-Bissau (AMAE), em parceria com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), realiza de 5 a 7 de novembro, o primeiro fórum de partilha e reflexão sobre “As desigualdades de género na economia informal na Guiné-Bissau: Desafios e oportunidades”.
A abertura do fórum foi presidida pela ministra da Agricultura e do Desenvolvimento Rural, que qualificou o evento como um marco fundamental da nossa caminhada para identificar e enfrentar os desafios que persistem para as mulheres na economia informal, enquanto buscam as oportunidades que permitem vislumbrar um futuro mais equitativo e próspero para todos.
Fatumata Djau Baldé afirmou que desde a fundação da AMAE em 1992, tem sido uma força essencial para o avanço e a emancipação das mulheres na economia informal, sendo que mais de 90 por cento dos seus cerca de 17 mil membros são mulheres.
Outrossim, esta associação representa um pilar fundamental da sociedade e da economia, estas mulheres guerreiras e empreendedoras, sustentam comunidades e constroem alicerces do desenvolvimento económico da nação.
Citando documentos oficiais, afirmou que a disparidade salarial entre homens e mulheres continua a ser uma das formas mais visíveis de desigualdade de género, pois as senhoras dispõem de profissões e trabalhos com salários mais baixos, com elevados riscos e com muito sacrifício e ainda cargas horárias muito altas, mesmo que tenham uma formação igual ou superior aos dos homens.
Esta responsável destacou alguns trabalhos realizados pela AMAE, nomeadamente a formação de mulheres em técnicas de processamento de produtos agrícolas, alfabetização, capacitação em matéria de caju e outros produtos agrícolas, entre outros.
A presidente em Exercício da AMAE disse que o crescimento da participação da mulher no mercado de trabalho e na utilização de espaços onde podem produzir os seus produtos agrícolas mostra a precariedade de acesso à terra em comparação com os homens.
Para Maria Chehad, o bem-estar próprio e das famílias dependem dos esforços da mulher, que contribui bastante para garantir a segurança alimentar e nutricional, assim como a saúde e educação das crianças na comunidade.
Segundo ela, nos últimos anos tem assistido muitos abusos de poder sobre as mulheres que labutam em cultivar a terra, como forma de sustentar a família e o seu bem-estar e, de repente, vêm todo o seu esforço ser reduzido a zero porque o terreno onde exercem as suas atividades é da pertença do Estado ou de alguém.
Foi nesse sentido que a AMAE, preocupada com a situação das mulheres no campo, recorreu à OIT para a realização de dois estudos para analisar as desigualdades de género na Guiné-Bissau e o trabalho digno na agricultura, que contribuirá para uma melhor compreensão da situação das mulheres agricultoras.
Maria Chehad disse esperar que este estudo conduza à formulação de um programa, visando transformar a situação das mulheres na agricultura guineense, para lutar contra a discriminação e as desigualdades entre os sexos e melhorar a situação dos lavradores.
Adelina Pereira de Barros