O presidente de Associação Nacional dos Profissionais de Pesca Artesanal (ANAN-PA) revelou que o Estado de Calamidade decretado pelo Governo causou danos de cerca 35 por cento do pescado, vindo dos seus membros, num momento em que se encontravam 60 por cento das pirogas no mar a pescar.
Em entrevista exclusiva ao Jornal “Nô Pintcha”, Abulai Leni disse que foram apanhados de surpresa com a publicação de tal decreto, esclarecendo: “A venda dos pescados pelos meus associados são calendarizadas, dependendo da quantidade das capturadas e ordem de chegada. Por isso, com a impossibilidade de conservar peixe por muito tempo, acaba apodrecendo na nossa mão, criando enorme prejuízo em termos monetário”.
Perante esse facto, o responsável mostrou que as medidas de restrição impediram os seus associados de vender pescado de qualidade durante todo o dia e em todas regiões do país num curto período de tempo.
Por causa desses prejuízos, disse, a ANAN-PA solicitou o apoio do comandante da Guarda Costeira, Duarte Ialá, que não obstante a sua flexibilidade em disponibilizar gelo, já era tarde demais e o pescado acabou estragando.
Na sua opinião, o decreto deveria ter sido antecedido de série de sensibilizações susceptíveis de informar os seus associados de como agir no decorrer do estado de calamidade.
“Agora tomar medidas sem precaver, de certeza, o resultado seria de enorme estrago de quantidades de peixes”, lamentou Abulai Leni
Apelou o Governo que de agora em diante, qualquer medida que quiser tomar, antes de tudo deve pensar nas populações mais vulneráveis e criar condições materiais também para a prática da pesca segura.
Adelina Pereira de Barros