Alto Comissariado para Covid-19 diz que país precisa de mais doses de vacina

O país necessita de mais doses de vacinas para atingir o objetivo preconizado, que é de vacinar, pelo menos, 70 por cento da população com maiores de 18 anos que correspondem a um milhão e quatro centos mil pessoas.

Entretanto, até ao dia 29 do mês de julho, o país conseguiu vacinar 26.331 pessoas, isso em relação à primeira dose sendo a segunda diminuiu para 2.374. Isso significa que as pessoas não quiseram tomar a segunda dose de vacina, facto que o Alto Comissariado considerou de preocupante.

Em entrevista exclusiva ao jornal “Nô Pintcha”, o coordenador da campanha de vacinação do Alto Comissariado para a Covid-19, Júlio Sá Nogueira, informou que, nesse momento, regista-se afluências de pessoas às brigadas de vacinação, em Bissau, o que demonstra que a boa parte da população está sensibilizada sobre o perigo que corre se não vacinar.

Balanço

Sá Nogueira considerou a campanha de vacinação de positiva, porque segundo ele conseguiram atender um número satisfatório da população.

O país recebeu até aqui  377200 doses de vacinas da parte dos parceiros internacionais.

As primeiras doses foram doadas pela União Africana, através do apoio financeiro da companhia de telecomunicações SPACETEL MTN, num total de 12 mil doses, do Senegal recebemos 10 mil  e Portugal vieram 24 mil doses.

Enquanto isso recebemos 302400 da vacina Jonhson/Janssen dos Estados Unidos da América e  recentemente a Suécia doou ao país 28800 doses.

Nesse momento o AC conta com alguns centros específicos de vacinação, identificados nas zonas de maior densidade populacional. Sá Nogueira indica os locais de vacinação: “temos um centro ao lado da pastelaria ponto de encontro, um em Pefine, outro na clínica Céu e Terras, no Bairro Penha terceira fase, também, temos um centro no Liceu João XXII, e todos eles funcionam de segunda a sábado”, revelou.

Ele afirmou que essa semana 11 centros de saúde do Setor Autónomo de Bissau mais os das regiões de Biombo e Bafatá vão entrar em funcionamento pleno.

No entanto, informou, antes desses centros iniciar as atividades, vai-se organizar um seminário de capacitação aos agentes de saúde, que vão trabalhar nas restantes regiões para poderem retomar a campanha de vacinação que havia suspensa devido a alguns problemas.

“Estamos muito animados com o nível de participação das pessoas nas brigadas de vacinações. Mas uma coisa que quero pedir às pessoas para que saibam que é difícil vacinar cinco ou seis pessoas numa só vez, por isso temos que ter paciência”, apelou.

Já com essas vacinas disponíveis, pode-se dizer que o país está num bom caminho no combate à covid-19. Mas para isso, pediu as pessoas que  tomaram a primeira dose para voltarem a tomar a segunda para poderem ter a imunização completa.

Importância da vacina

A vacina é uma oportunidade de organismo estar melhor preparado para enfrentar a covid-19. Sabendo que o mundo está perante uma nova variante que é mais perigosa, mas com a vacina o organismo consegue aguentar.

Encorajou às pessoas a se vacinarem, porque foi comprovada cientificamente que é segura e eficaz. Uma pessoa vacinada ao se infetar do coronavírus não corre grande risco de morte comparativamente ao individuo que não se vacinou.

Portanto, explicou, vacinar não significa que não pode ser atingido pelo vírus dessa doença, portanto mesmo com a vacina o caminho seguro continua a ser respeito às medidas de preventivas.  

Na semana passada, o país registou 395 novos casos de infeções de coronavírus e, em termos de óbitos, foram registados três.

Perante esse perigo, lançou apelo às pessoas para continuarem a respeitar as medidas anunciadas pelas autoridades sanitárias no combate a essa pandemia.

Toda a gente deve concentrar as suas ações na prevenção, para que a doença não alastre mais, “tendo em conta que a rede sanitária do país é deficitária não só em termos de infraestruturas mas também em recursos humanos.

Aumento de casos

O coordenador do Programa de Vacinação do AC disse que se assiste a terceira vaga dessa pandemia que tem a tendência de subir devido ao abrandamento na implementação de certas medidas restritivas.

Essa situação, segundo ele, fez aumentar de 191 para 395 casos de contaminações. No início da primeira vaga, lembrou que o Governo tinha fechado as fronteiras, mas viu que não podia continuar com aquela medida, por isso permitiram a circulação das pessoas de uma zona para outra. As autoridades políticas colocaram equipas de despistagens em diferentes localidades, para controlar às entradas de pessoas.

Em relação ao controlo de autenticidade dos testes, o Alto Comissariado dispõe de dispositivos que permitem averiguar essa situação, embora não possa descartar hipótese de existir casos que escapem o controlo. Sobre os testes feitos no laboratório, garantiu que todos estão seguros, embora não a 100 por cento.

Bissau e Biombo

O Setor Autónomo de Bissau e Região de Biombo têm sido mais afetados  da covid-19. “Bissau e Biombo são as duas zonas próximas onde as populações compartilham quase mesmos lugares de lazer e rituais, uma situação que favorece provavelmente a propagação do vírus”, esclareceu. 

Bissau, sendo capital, tem tendência de ser a zona mais afetada devido a vários fatores, entre os quais, o aeroporto (como porta de entrada), centros comerciais, concentração de maiores serviços administrativos, centros hospitalares e estabelecimentos de ensinos, entre outros.

Por isso, optaram nessa terceira fase de campanha de vacinação, escolher algumas zonas específicas, porque alguns centros de saúde que foram selecionados na segunda série suspenderam suas atividades de vacina, então o Alto Comissariado foi obrigado a recorrer a outra alternativa.

No sábado passado, Júlio Sá Nogueira explicou que tiveram uma reunião com a secretária de Estado da Gestão Hospitalar, com o objetivo de retomar a vacinação em alguns centros de saúde aqui em Bissau, assim como no interior.

Para finalizar, explicou que o Alto Comissariado só faz a contratação de técnicos de saúde e o Governo que paga. “Como sabem, o país tem vários problemas, de forma que é difícil resolvê-los a tempo e hora, portanto é a mesma situação que está a passar também com os técnicos contratados”.

Alfredo Saminanco

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