Ao Comité de Estado do setor de Sonaco depara-se-lhe problemas de vária ordem, tais como a falta de transporte, insuficiência de pessoal e a degradação da residência do administrador, que se encontra em avançado estado de deterioração.
A situação em que se encontra a sua residência não oferece condições para o administrador do setor morar como deveria. Reside numa casa particular.
No entanto, a Administração local enfrenta problemas graves de falta de transporte. Não dispõe sequer de uma única bicicleta para a movimentação do pessoal, muito menos uma viatura.
Quando houver necessidade de se deslocar para outros sítios do setor, o administrador usa a sua relação para com o responsável dos serviços da Identificação Civil, colocado em Sonaco, no sentido de pedir emprestado a uma motorizada. Caso esteja em outras missões, a missão da Administração é adiada para outro dia.
Se for para se deslocar à sede regional, Gabu, o administrador ou qualquer funcionário seu, vai em transporte misto. Há apenas uma deslocação diária de um transporte misto de Sonaco para Gabu e também para Bafatá. Se essas “candongas” se escaparem no período de manhã, então, a pessoa terá que se esperar ao dia seguinte ou alugar motorizada (nada barato) para resolver a sua necessidade.
O jornal Nô Pintcha é testemunha dessa situação. O seu repórter foi obrigado a dormir mais um dia em Sonaco, porque não havia carro direto para Bissau e aqueles que fazem ligação a Gabu e Bafatá já se tinham partido de manhã. Quando no dia seguinte conseguiu carro “a ferro e fogo”, foi obrigado a aceitar sentar-se, em péssimas condições, num bidão até ao entroncamento de Tantam-Cossé, onde viria apanhar o autocarro.
Em relação à insuficiência de pessoal, segundo o administrador do setor, o Comité de Estado conta somente com seis funcionários, dos quais apenas uma mulher.
Benedito Intunguê, que também é um técnico ligado a Registo Civil, fez saber que todos os trabalhadores recebem ordenados com recursos internos. Nada vem do governo central.
Também com fundos internos, fez-se a reparação do edifício do Comité de Estado, que agora apresenta nova visão. O referido dinheiro, gerido pela Administração local, provém das receitas cobradas aos pequenos cacifos, com destaque para o dia da Feira Popular (Lumo).
Mercado
A sede setorial de Sonaco dispõe de um mercado apenas. Mas devido ao crescimento da vila e da população, o mesmo tornou-se pequeno demais para albergar todos os utentes. Além disso, estava em ruínas, levando aos usuários a abandonar o local por questões de segurança.
Quando o nosso jornal passou por ali, as mulheres e outros utilizadores vendiam os seus produtos à beira da estrada principal, sem condições mínimas para tal. Independentemente do perigo de vida que correm (apesar de pouca movimentação de carros, há motos sempre em velocidade), eram vítimas de muita poeira.
Ora, vendo isso e na qualidade do filho de Sonaco, o deputado Saliu Embaló decidiu, com meios próprios, apoiar na recuperação do mercado, antes que o mesmo desmoronasse.
Essa restauração trouxe um dado novo. Agora o mercado conta com um portão de ferro e grelhas, o que aumentou a segurança. Mesmo deixando alguns dos produtos ou materiais, corre-se pouco risco de os perder.
A nível de infraestruturas, esta não é a única intervenção do deputado na vila. Está a recuperar um edifício conhecido como a Casa de Pedra, localizada no centro de Sonaco (em frente ao mercado), abandonada há 40 anos, a qual passará a funcionar, ao que tudo indica, como nova sede do clube local de futebol.
Foi Saliu Embaló que também investiu para a colocação de cerca de 40 postes de luz na rua que liga centro de cidade ao bairro de Bomba (Fonte de Horta), tirando a zona de escuridão.
Informações recolhidas pelo jornal Nô Pintcha, dão conta que, nos últimos três anos, aquele político tem apoiado na realização de eventos sociais, ajudando ainda para a reabilitação de escolas, mesquitas e centros de saúde no setor.
Esquadra de polícia
A equipa do Nô Pintcha deslocou-se à esquadra da polícia de Sonaco para tentar obter algumas informações sobre a sua atual situação, mas foi sem sucesso.
No entanto, através de uma fonte bem colocada, soube-se que o Comando local está com insuficiência de agentes. Dentre os trabalhadores existem mais auxiliares do que efetivos, o que torna fraco o policiamento e o resto de trabalhos na instituição.
Além disso, há problemas sérios de fardamentos. Ou seja, os novos agentes de polícias trabalham sem condições. O próprio interior do edifício onde funciona a esquadra precisa de uma intervenção urgente, em termos de reabilitação.
Roubo de gado em pequena escala, violações corporais, conflitos de posse de terra são alguns dos casos que dão entrada na esquadra quase que diário. Há quem queixe da falta de justiça em Sonaco, à imagem do que acontece um pouco por todo o país.
A nossa fonte pede reforço de agentes e que haja a separação de poderes na esquadra. A seu ver, não se sabe ao certo quem faz trabalho da Polícia de Trânsito, o papel da Guarda Nacional e da POP. Tudo está misturado.
Ibraima Sori Baldé