O responsável administrativo de Secção de Canhobe afirmou que hoje em dia, a população daquela seção beneficia única e exclusivamente de caju e de um pouco de amendoim (mancarra), tendo sido ignorada a diversificação de culturas, nomeadamente milho, fundo, entre outras, como era habitual.
“É impossível praticar agricultura na bolanha de Canhobe devido à invasão de água salgada há mais de 15 anos, sem solução à vista”, disse acrescentando depois que foram feitos vários pedidos à administração regional e central mas até aos dias de hoje não há solução.
Joaquim Vicente falava em entrevista exclusiva ao Nô Pintcha, explicou o motivo que levou as populações de Canhobe a abdicarem de diversificar as culturas, que, segundo ele, deve-se à incapacidade dos proprietários dos animais em suste-los da frequente violação dos campos de cultivo de milho e de fundo.
Vicente acrescentou que as dificuldades de dia-dia nessa secção podiam ser insuportáveis, mas com o remesso da associação de emigrantes de Canhobe a situação vai-se melhorando paulatinamente. “ A associação tem apoiado no domínio social, com destaque para a construção de escola”, frisou.
Em relação à situação de bolanhas, Joaquim Vicente revelou que, de momento, Canhobe não dispõe de um único local para a prática de lavoura, tendo em conta a invasão de água salgada há mais de 15 anos.
“Na tentativa de minimizar tais dificuldades, nós trabalhamos muito na implementação do projeto mon na lama, com o intuito de conseguir algum apoio para o fecho das bolanhas, porém, foi sem sucesso”, lembrou Vicente.
Para se evitar a invasão de animais domésticos, cabras, vacas, porcos e ovelhas aos campos de lavoura, Joaquim Vicente lembra que foi obrigado, em 2013, a mandar prender todos animais apanhados nos campos de cultivo, de modo a permitir que os agricultores trabalhassem a vontade.
“É inaceitável a irresponsabilidade de alguns criadores de animais da nossa zona, que deixam seus animais a solta no período da chuva”, lamenta.
Quanto à questão de roubo de gado, Vicente assegurou que nesse período a prática tem-se reduzido um pouco comparativamente aos tempos anteriores, Por isso, apelou à colocação de lancha rápida naquele rio, conforme o Governo havia prometido recentemente, para o combate aos malfeitores.
No concernente à obra de reabilitação do troço de Canhobe, o responsável administrativo explicou que os trabalhos estão quase na parte final, faltando as correções pontuais, razão pela qual “solicitei, recentemente, a colocação de sinais de trânsito pelo Serviço de Viação e Transportes Terrestres.
“Para ser sincero, os trabalhos daquela estrada não foram executados devidamente, por isso, algumas partes, dos troços, já estão parcialmente danificadas.
Julciano Baldé