O ministro da Presidência e do Conselho de Ministros, Serifo Djaquité, anunciou que os guineenses devem começar a render homenagem às pessoas antes de morrerem, assim como escrever a história daqueles que derem a sua vida para a independência do país. Estas palavras de reconhecimento foram proferidas durante as cerimónias fúnebres do major-general José Sanhá, no dia 13 do mês curso, no Ministério do Interior.
“Devemos começar a escrever a história de homens e mulheres que deram tudo para o desenvolvimento e progresso desta pátria, para que as gerações vindouras conheçam o seu passado histórico”, descreveu.
Disse que o Estado não pode pagar ao malogrado por tudo quanto ele fez, é por isso que o gesto de enterrar José Sanhá com honras de Estado é o mínimo, mas prometeu que o Governo vai continuar a prestar atenção à família.
Serifo Djaquité disse que pela informação constante da biografia do falecido, mostra que a sua bravura fez dele um combatente e líder capaz de mobilizar multidões para uma determinada causa, tal como fazia durante a luta armada.
Segundo este dirigente, José Sanhá é, de facto, pessoa que conseguiu, durante a luta de libertação nacional, transformar os seus conhecimentos em ferramenta de unificação e cimentar o espírito patriótico.
Para isso, Djaquité desejou que a alma do falecido José Sanhá descanse em paz e que Deus lhe conceda espaço na sua glória.
Por sua vez, ministro do Interior, Botche Candé, convidou os guineenses, principalmente os militares e paramilitares, a seguirem os ensinamentos e humildade do malogrado, que trabalhou desde a luta e até aos nossos dias pela reconciliação nacional.
De acordo com este responsável, o desaparecimento físico de José Sanhá vai deixar um vazio no país e, particularmente, no Ministério do Interior.
Um dos colegas do malogrado, Aranfan Mané, disse que não tem palavras para descrever o exemplo e a bravura deste combatente, que sempre dizia que um homem não pode prestar falsas informações e, para evitar isso, antes de falar sobre qualquer coisa, deve primeiro ter a certeza e prova daquilo que denuncia.
Consternado com a situação dos antigos combatentes da liberdade da pátria, Arafan apelou ao Estado a prestar o devido respeito a esta classe de homens e mulheres que, dia após dia estão a desaparecer. Com lágrimas nos olhos, pediu ao Governo para dar oportunidade a esses combatentes de poderem contar, escrever e divulgar a história da luta.
Por último, a filha mais velha do malogrado, Maria Virgínia Mendes Sanhá, agradeceu a todas as pessoas que deixaram os seus afazeres para acompanhar o seu pai à última morada.
De salientar que o recém-desaparecido, major-general José Sanhá, faleceu no dia 10 de setembro, aos 84 anos de idade. Era casado segundo usos e costumes e pai de 12 filhos.
Alfredo Saminanco