Jornalistas formados para identificar, combater e censurar discursos de ódio

Jornalistas de órgãos públicos, privados e comunitários beneficiaram do primeiro curso de formação em matéria de prevenção do radicalismo, extremismo violento e discursos de ódio, no âmbito das eleições legislativas, cuja campanha arranca hoje, dia 13.

O seminário decorreu durante dois dias, 11 e 12 do corrente mês, na Casa dos Direitos, em Bissau, com a participação de cerca de 40 profissionais de diferentes instituições de comunicação social, tendo sido ministrados vários temas focalizados nos fenómenos de radicalismo, extremismo violento e discursos de ódio, que acabam por desembocar em ações terroristas.

A presidente do Sindicato dos Jornalistas e Técnicos da Comunicação Social (Sinjotecs), Indira Correia Baldé, disse que os profissionais da imprensa precisam de ser firmes para desafiar o contexto, pondo em evidência quaisquer tentativas de manipulação no sentido de implementar o discurso de ódio, radicalismo ou extremismo violento.

De acordo com os formadores, ainda não foi registado nenhum caso de terrorismo na Guiné-Bissau, contudo, “vários suspeitos e condenados por atos de terrorismo nos outros países entraram no território nacional e alguns deles foram apanhados e extraditados para os países de origem.

O inspetore da Polícia Judiciária, Fernando Jorge, foi o orador de um dos temas. Este agente de investigação criminal advertiu que a Guiné-Bissau faz parte dos países que devem tomar medidas preventivas aos atos de terrorismo, porém, apesar da vulnerabilidade do país em termos de segurança, ainda pouco ou nada foi feito no sentido preventivo ao fenómeno. Disse que a PJ é considerada instituição vocacionada para fazer face aos eventuais casos.

Entretanto, o seminário terminou com a criação da Rede de Jornalistas Preventivos de Radicalismo e Extremismo Violento (RJ-PREV), tendo o jornalista Sumba Nansil sido eleito entre os seis concorrentes à coordenação da nova organização.

Essa ação de formação foi realizada graças à parceria entre o Sinjotecs e o Projeto “Nó Cudji Paz”, do Observatório da Paz.

Aliu Baldé

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