Sociedade Civil alivia sofrimento de sinistrados na Ilha de Canhabaque

O Movimento Nacional da Sociedade Civil para Paz, Democracia e Desenvolvimento, preocupado com a situação social e económica dos populares da tabanca de Menegue, na Ilha de Canhabaque, vítimas do incêndio, no mês passado, em que o fogo destruiu 46 casas e as suas pertenças transformaram-se em cinzas.

A desgraça complicou a vida dessas famílias que ficaram desamparadas a ver as suas pertenças a serem engolidas pela chama. O sinistro tinha deixado os chefes de famílias sem-abrigo para as suas crianças e idosos, tendo os mesmos improvisado dormitórios nas matas.

Além de ficarem desprovidos de habitações, também já não dispõem de alimentos porque as suas reservas de sementes de arroz e outros produtos agrícolas para o presente ano agrícola não escaparam das chamas fogo “malicioso”. Segundo explicações, durante o sinistro, apenas as roupas que as vítimas usavam conseguiram salvar.

Nessa lamentável situação, o Movimento Nacional da Sociedade Civil para Paz, Democracia e Desenvolvimento, diligenciou-se imediatamente a mobilizar alguns materiais, junto dos particulares, para poder minimizar o sofrimento dessas pessoas.

Após ter conseguido essa ajuda, a delegação dessa organização da sociedade civil, chefiada pelo seu presidente, Fodé Caramba Sanha, acompanhado pelos seus técnicos, deslocou-se durante os dias, 15 e 16 de fevereiro, a essa ilha de Menegue, para dar esse apoio, nomeadamente roupas, calçados, cobertores, bolças e brinquedos para crianças, num total de mais de quatro mil quilogramas.

Aquando da sua chegada ao porto dessa tabanca, a delegação foi recebida com contentamento, mas os seus rostos não escondiam sinais visíveis de pobreza, enquanto esperavam para receber a referida ajuda.

O ato da entrega foi testemunhado por Artur Carlos, em representação do Governo local, José Martinho Gomes, chefe da tabanca vítima, Mário André, presidente do Movimento da Sociedade Civil para Região de Bolama Bijagós, igualmente, os responsáveis da associação local.

Na ocasião, o presidente do Movimento Nacional da Sociedade Civil para Paz, Democracia e Desenvolvimento disse que o sofrimento quem a população da tabanca de Menegue está a atravessar deve ser assumido por todos os guineenses, porque merecem ser apoiados, para aliviar essa dor.

Fodé Caramba Sanhá explicou que os apoios que a sua organização recebeu foram obtidos graças a contribuição dos cidadãos comuns, entidades religiosas, mas do Governo ou das instituições do Estado o movimento nada recebeu.

Aquele responsável disse que, naquele momento, o movimento está a trabalhar na procura de mais apoios, principalmente, arroz e outros produtos alimentícios.

“Dentro de alguns meses, vamos entrar na época chuvosa, período de lavoura. Entretanto, como a barriga precisa do comer, foi nesse sentido que diligenciamos junto dos nossos parceiros convencendo-lhes  que essa comunidade precisa ser ajudada”, justificou.

Caramba Sanha informou que a sua madrasta era dessa tabanca. assim como o seu tio que era cipaio, no tempo colonial.

“O nome do meu tio é Bacar Sambú, conhecido por muitos homens grandes desta aldeia,por isso, considero-me também filho deste local, porque uma boa parte da minha família é desta zona”, explicou.

Por sua vez, Artur Carlos, em representação da administração de Bubaque, agradeceu a organização do Movimento Nacional da Sociedade Civil, em particular, o seu presidente, Fodé Caramba Sanhá, pelo esforço em apoiar essas pessoas sinistradas, EM roupas para se vestirem.

O governante local aproveitou a ocasião para aconselhar os populares, em particular aos jovens no sentido de, quando fizessem novas  construções,  respeitarem a regra do distanciamento entre as casas e criarem ruas, para permitir a rapidez mobilidade de pessoas em caso de eventual desgraça.

“ Há um versículo bíblico que diz: que ‘’Deus nunca ajuda uma pessoa que não ajuda a si próprio”.

Artur Carlos pediu aos beneficiários no sentido de utilizarem essa ajuda com todo o carinho, porque é suor de outros cidadãos.

Em gesto de agradecimento, o chefe da tabanca de Menegue, José Martinho Gomes, prometeu que o apoio dado pelo Movimento da Sociedade Civil, vai ser distribuído e utilizado de boa maneira.

Aquele responsável tradicional da tabanca pediu â organização da sociedade civil mais apoios. Segundo Martinho Gomes, depois do incêndio, em que as pessoas perderam todos os seus bens é a fase em que as pessoas precisam de ser apoiadas, pois estão a passar fome.

Fulgêncio Mendes Borges

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