O recenseamento eleitoral termina amanhã, dia 10 do corrente mês. Na Região de Bafatá, a dois dias do fim do processo inscreveram-se mais de 109.000 cidadãos com capacidade eleitoral ativa, ultrapassando a previsão de 108.580 guineenses a recensear.
O presidente da Comissão Regional de Eleições de Bafatá, Nelson Menezes D’Alva, disse que as brigadas de recenseamento se haviam instalado em todas as localidades onde habitualmente são colocadas mesas de recenseamento durante os 45 dias, estando nos últimos 15 dias a repassar nessas mesmas localidades para inscrever eleitores que não haviam sido inscritos por algum motivo.
Nelson Menezes D’Alva afirmou que a grande lacuna do processo eleitoral guineense tem a ver com o registo da esmagadora maioria de eleitores através de testemunhas.
“Temos tido graves problemas com imigrantes da vizinha República da Guiné-Conacri que tentam recensear-se forçosamente, mas bloqueamos muitos, com a colaboração de fiscais de partidos políticos nas mesas de recenseamento e não sei se conseguimos impedir todos”, revelou o presidente da CRE de Bafatá, acrescentando que não é o facto de alguém levar muitos anos num país estrangeiro é que lhe dá o direito à nacionalidade.
Outro problema evocado pelo responsável máximo do processo eleitoral na Região de Bafatá tem a ver com a idade. “Muitos insistem recensear-se pelo facto de serem casados ou pais de filhos, quando na verdade são situações de casamento precoce ou de parto com idade menor, não completaram 18 anos para se inscreverem no processo”, anotou.
Em relação às dificuldades enfrentadas, o presidente da CRE relatou que as equipas depararam com as avarias de impressoras e toners, motivando a não entrega atempada de cartões, situações que criaram algumas revoltas e especulações dos cidadãos. “Felizmente não ficámos com cartão de eleitor de ninguém”, salientou.
“Há algumas semanas circularam informações, segundo as quais emitia-se cartões de cor branca no Setor de Bambadinca. O modelo de cartão que foi veiculado nas redes sociais é daqueles que se faziam experiência nas aulas de formação dos agentes, que até nem sequer têm símbolos nacionais, portanto foi um falso alarme”, esclareceu.
O Nô Pintcha ouviu Malam Camará, presidente de uma das mesas de recenseamento, o recenseador disse que a grande indignação dos agentes de senso eleitoral tem a ver com os descontos feitos pelo Ministério da Finanças em de 14 por cento impostos sobre o valor monetário de cada agente contratado para prestação de serviço.
Sobre as pessoas com capacidade eleitoral que, por negligência, não se recensearem, Nelson Menezes D’Alva lembrou que o recenseamento, por lei, é obrigatório e quem o recusar fazê-lo cabe às autoridades tomarem medidas adequadas.
Aliu Baldé