Os funcionários do Jornal estatal Nô Pintcha vão iniciar uma greve de três dias, a partir desta terça-feira (10), como forma de reivindicar entre outros pontos, a continuidade de pagamento interno de subsídios de incentivo aos recém-efetivados até à inclusão dos 60 por cento sobre o valor dos seus vencimentos nos seus salários, por parte do Ministério das Finanças.
A informação é do presidente do Sindicato de Base do Jornal Nô Pintcha, Seco Baldé Vieira, em declarações à Agência de Notícias da Guiné e à Radiodifusão Nacional.
Baldé Vieira disse que estão a reivindicar ainda a retoma da aplicação da agenda mínima, através da Direção da Informação, a realização regular de reportagens nas regiões do país, o aumento da tiragem do jornal para o mínimo de 500 exemplares, por edição, a retoma da circulação dos transportes do pessoal e a devolução imediata da viatura que havia sido afetada à Direção de Informação.
O presidente do Sindicato de Base dos Trabalhadores do Jornal Nô Pintcha adiantou que estão a exigir também que a direção diligencie no sentido de adquirir máquina de impressão e de corte de papel, disponibilizar o valor de um milhão de francos CFA, conforme foi acordado em assembleia-geral dos trabalhadores para a criação do Fundo Social do jornal.
“Queremos a uniformização de “Cabaz de Festa” e a fixação de um valor a atribuir aos funcionários para a quadra festiva do Natal, do Ano Novo, Páscoa, Ramadão e Tabaski”, disse aquele sindicalista.
Baldé Vieira acrescentou que querem esclarecimentos sobre a questão da distribuição dos sete telemóveis doados ao Nô Pintcha pela Embaixada da República Popular da China, em Bissau, e que a direcção apresente as Contas do Exercício que começa de maio de 2020 a dezembro de 2022, inclusive os financiamentos, em 2021, do Alto Comissariado para a COVID-19 e do Fundo de Nações Unidas para Infância (UNICEF).
“Decidimos recorrer à greve, porque o diretor-geral do Jornal Nô Pintcha rejeitou reunir com os trabalhadores, o que demonstra uma clara ausência de diálogo, agravada ainda à falta de solidariedade com os mesmos, uma gestão duvidosa dos fundos do jornal e da ausência de uma agenda própria para a produção de conteúdos jornalísticos”, referiu.
Questionado se no caso as suas reivindicações não surtirem efeito o que pretendem fazer, aquele responsável respondeu que, infelizmente neste caso, serão obrigados a recorrer a segunda vaga de greve que terá a duração de cinco dias no mínimo, tendo acrescentado que a luta continuará para o bem dos funcionários do Jornal Nô Pintcha.
Informou que a greve decorrerá sem o serviço mínimo, porque segundo Seco Baldé Vieira o mesmo não foi negociado com a direcção do Nô Pintcha.
A Agência de Notícias da Guiné contactou o director-geral do Jornal Nó Pintcha, Abduramane Djaló, com a finalidade de recolher a sua versão sobre as reivindicações em causa, mas este disse que não sabe de nada e que apenas lhe entregaram o pré-aviso.
“Não informaram quando vão iniciar a greve, por isso, prestarei uma declaração no momento oportuno”, disse Djaló.
ANG