“Guiné-Bissau não precisa de Forças Armadas marginais”

O Presidente da República afirmou dia 21 de junho, que a Guiné-Bissau não precisa de “Forças Armadas marginais” que fazem “golpes de Estado e matam pessoas”, mas sim, de umas republicanas capazes de defender a soberania nacional.

Umaro Sissoco Embaló falava à imprensa após ter visitado o Centro de Instrução Militar de Cumeré, que está a ser reabilitado pela engenharia militar do país.

Segundo o Chefe de Estado, os ministérios da Defesa Nacional e do Interior são instituições com maior número de quadros a nível nacional, porque antes de fazer parte delas deve-se ter uma formação, mas a guerra de 1998 complicou tudo.

Anunciou que depois da conclusão da obra de Cumeré, o recrutamento dos jovens militares será feito com qualidade, selecionando pessoas qualificadas com nível de escolaridade requerido para classe castrense e “não recrutar pessoas delinquentes”.

O centro que era conhecido como “centro de arame”, hoje está vedado e tem casernas modernizadas que permitem criar uma escola de sargentos, entre outras categorias.

“Nunca pensei que um dia pudéssemos passar algo como dia 1 de fevereiro. Mas em cada sociedade existem sempre pessoas que pensam mal, mas isso não quer dizer que as forças armadas guineenses sejam marginais. Se olharmos para as pessoas que criaram essa situação, vamos chegar à conclusão que são as mesmas que cometeram esse tipo ato no passado. Desta vez não vão escapar, porque os tribunais irão puní-las de acordo com os seus atos”, prometeu.

Sissoco Emabló garantiu, neste particular que, antes do final do ano, as Forças Armadas (FA) serão redimensionadas, criando condições em todas as casernas do país. Sublinhou que a Guiné-Bissau é o país com mais número de quartéis dentro da cidade, contudo, disse que é uma situação herdada do tempo colonial.

Instado a pronunciar-se sobre as declarações do líder do Movimento para Alternância Democrática (Madem-G15), após o seu regresso ao país, Embaló disse que tanto Braima Camará quanto os líderes de outros partidos não estão, hierarquicamente, acima do Presidente da República.

Afirmou que não tem nada contra o líder do Madem-G15, lembrando que ele próprio foi um dos vice-coordenadores e membro fundador do partido. “É um bem coletivo. Enquanto Chefe de Estado, tenho que evitar ter problemas com os líderes das formações políticas e os cidadãos, mas também não sou comité nem chefe de tabanca, sou sim, o Presidente da República e, como tal, deve haver sempre respeito”, rematou

O ministro da Defesa Nacional disse, na sua intervenção, que o país está a lutar para a estabilização e a paz para que que todos os cidadãos nacionais e estrangeiros se sintam seguros de que estão num país onde possam desenvolver as suas potencialidades. Dai que Marciano Silva Barbeiro reconhece a necessidade de apoiar o CEMGFA na sua iniciativa de contribuir para a modernização da classe castrense.

No entanto, garantiu esforços do Governo, sob a orientação do Presidente da República, em trabalhar afincadamente para ajudar a chegar a esse objetivo, que é de criar condições infraestrurais, formar jovens militar para se ocuparem do país no futuro.

Por sua vez, o Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, Biaguê Clussé Na N”tam, afirmou que as mesmas estão  de parabéns, lembrando ao PR e o ministro da Defesa para a necessidade de formação de quadros.

Segundo ele, o complexo de Cumeré é uma academia que vai albergar todas as forças de defesa e segurança para ajudar o país a reduzir custos com os bolseiros enviados aos diferentes países. Por isso, exortou o Governo que apoie as FA na conclusão das obras de reabilitação do Complexo de Cumeré.

Adelina Pereira de Barros

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