Governo e UNICEF pretendem vacinar cerca 95 por cento de crianças

Mais uma campanha de vacinação contra poliomielite (conhecido por doença de mole pé) arranca no próximo dia 22 deste mês, com duração de quatro dias. O Governo em colaboração com o UNICEF quer atingir um número considerável de crianças em todo o território nacional.

Para o sucesso dessa campanha, é preciso a colaboração de todos, pais, encarregados de educação dos filhos e a sociedade em geral, tendo em conta a importância dessa vacina na saúde física dos meninos.

Nesse quadro, os repórteres da Rede de Crianças e Jovens Jornalistas (RCJJ) falaram com alguns líderes de opinião e pessoas influentes a nível das comunidades, que deixaram algumas considerações sobre o assunto, na perspetiva de sensibilizar os pais e a população no seu todo para uma maior aderência à imunização. 

Falta de informação

Para o padre Marcos Baliu Sibandio, da Paroquia Santa Luzia, a falta de informação levou os guineenses a tratar a doença de poliomielite de um mito. No entanto, esse líder religioso convida a todos pais e encarregados de educação a vacinarem suas crianças, para evitar os efeitos nocivos desses bichos que afetam a saúde física dos menores, futuros atores de desenvolvimento do país.

Recuando-se no tempo, o padre lembrou que esta doença constituía um enorme preocupação para a sociedade, porque a sua origem era desconhecida, pelo que levou a ser encarada como resultado de bruxaria

“Mas agora que temos a possibilidades de se defender da doença, só nos resta colaborar para a felicidade dos nossos filhos e, consequentemente, de um futuro risonho”. 

Porém, padre Marcos destaca que a Igreja Católica tem contribuído muito nas questões sanitárias do país.

Sejamos cautelosos e prevenidos

Na sua curta declaração, Infali Coté, porta-voz da Comissão Conjunta da Comunidade Islâmica, sublinha que o Estado da Guiné-Bissau tem responsabilidade acrescida na construção de bem-estar do seu povo e, consequentemente, das crianças guineenses.

No âmbito de mais uma campanha contra pólio que se avizinha, lançou um vibrante apelo a toda comunidade islâmica nacional e estrangeira e não só, no sentido de colaborarem com as brigadas de vacinação para o bem-estar dos filhos, porque uma criança imunizada tem mais probabilidade de crescer bem e saudável.

Saúde é maior riqueza

Interpelado pelos repórteres da RCJJ, Samba Bari, escritor guineense radicado na Inglaterra, começou por dizer que a Poliomielite é uma doença que afeta a vida das pessoas, principalmente das crianças.

Portanto, aproveitou a oportunidade para apelar todos os pais e encarregados de educação, no sentido de colaborarem com as brigadas de vacinação, para assim evitar dessa doença maléfica que, no passado, limitou a mobilidade de milhares de crianças.

Por outro lado, Bari fez lembrar que a “nossa maior riqueza é saúde, pois, só depois da conquista desse bem é que podemos sonhar o desenvolvimento”.

Assim, alertou que se os pais não deixarem os filhos vacinar, poder-se-ão arrepender-se posteriormente, porque a debilidade física de uma criança torna-lhe resumido em todos os sentidos. Por isso, a sociedade só tem a ganhar com a imunização das crianças contra pólio.

Para o escritor, tudo que estamos a fazer e para glorificar a nossa sociedade e salvar a vida dos mais pequenos, além de uma oportunidade para evitar a debilidade física dos menores.

Doença infetocontagiosa

Por sua vez, a ex-presidente da Associação Académica de faculdade de Medicina, Felícia Júlio Fernandes, mostrou que a poliomielite é uma doença infectocontagiosa, que é transmitida de pessoa para pessoa, através de gotas respiratórias, salivas, água, alimentos contaminados pelo vírus de Pólio.

Essa doença, segundo ela, é mais frequente nas crianças com idade entre 5 a 14 anos. Os sintomas podem ser febre, dores musculares, cansaço, vomito, diarreia e, às vezes, assintomático.

“Por ser uma doença sinceramente grave, a pólio pode causar transtorno a nível de sistema nervoso central”, revelou Felícia.

Àquela ativista, aproveitou a ocasião para apelar aos pais e encarregados de educação, no sentido de prepararem os seus filhos para receber a vacina, caso contrario a presença do vírus de pólio na criança pode provocar a torcida da coluna vertebral, a debilidade do corpo, o que vai levá-la a adotar um estilo anormal do corpo.

A finalizar, exortou os pais e encarregados de educação, no sentido de serem principais protetores, porque têm obrigação de cuidar dos alimentos, na medida em que, também, os menores devem estar bem nutridos para fortificar a sua imunidade.

Ademir Gomes Tambá, Agostinho Fanda, Edina Correia e Mariama Baldé (RCJJ)

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