O ministro da Economia, Plano e Integração Regional, Soares Sambu, presidiu hoje, dia 10 de março, à cerimónia de lançamento oficial da cartografia, visando o quarto Recenseamento Geral da População e Habitação.
Durante quatro meses (março a junho), mais de 300 agentes de campo, entre cartógrafos, supervisores, chefes de equipas e outros, equipados com tecnologias de ponta, estarão distribuídos em todos os cantos da Guiné-Bissau para o georreferenciamento do país.
A operação, levada a cabo pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), conta com o apoio técnico e financeiro do Fundo das Nações Unidas para a População (FNUAP) e o Banco Mundial, que disponibilizou mais de 15 milhões de dólares para o efeito.
Na ocasião, o ministro da Economia, Plano e Integração Regional, enalteceu os esforços do Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, e de outros parceiros como o Sistema das Nações Unidas, o Banco Mundial e o Senegal para que o processo se tornasse uma realidade.
Ao apresentar a mensagem do Chefe de Estado por esse ensejo, Soares Sambu declarou que o momento simboliza o compromisso das autoridades com a modernização, a transparência e a construção de uma base sólida para o desenvolvimento socioeconómico do país.
A seu ver, o Recenseamento Geral da População e Habitação é um instrumento vital para o planeamento nacional, pois permite saber com precisão, quanto somos, onde e como vivemos. “Esses dados são fundamentais para a formulação de políticas públicas eficazes, para a distribuição justa de recursos e o desenvolvimento da nossa nação”.
Indicou que a operação abrange áreas urbanas até tabancas mais remotas, acrescentando que os técnicos utilizam tecnologia avançada, como o uso de imagem de satélite de alta resolução para atualização de mapas e a colheita de dados, por meio de tablets, assegurando maior exactidão e eficiência no levantamento das informações.
“Além disso, a implementação de uma sala de situação e a instalação de servidores de alta capacidade permitirão um acompanhamento em tempo real de todas as etapas da operação, garantindo uma gestão mais eficiente e transparente do processo”, referiu.
Para o governante, a atualização cartográfica tem impactos diretos e positivos para o país, visto que os dados regorreferenciados servirão não apenas para o censo, mas também para o planeamento para setores como saúde, educação, infraestruturas, desenvolvimento urbano e rural.
Novos instrumentos
Na sua intervenção, o presidente do INE declarou que a instituição chegou a esse ponto devido às reformas feitas nos últimos dois anos e que a permitiram dispor da Lei de Base do Sistema Estatístico Nacional, do Regulamento Interno e do Estatuto Orgânico, instrumentos já promulgados pelo Presidente da República e publicados no Boletim Oficial.
Roberto Vieira adiantou que essas ferramentas deram ao INE outra forma de agir, à semelhança dos congéneres da sub-região, da CPLP e do mundo.
Fez saber que fatores técnicos e financeiros impediram o país de realizar recenseamento de 10 em 10 anos, tal como mandam as normas internacionais, lembrando que o último tinha sido efectuado em 2009.
Aquele responsável deu conta que antes da cartografia, outros trabalhos foram feitos, nomeadamente diferentes ciclos de formação, e tudo isso sob o acompanhamento técnico do FNUAP.
Esta é a primeira vez que a Guiné-Bissau efetua cartografia totalmente digitalizada.
Ibraima Sori Baldé
